Um livro sobre o espaço sideral... um restaurante fechado, e nas janelas dele, garrafas de bebidas vazias. Eu não quero escrever. Estou cansado. Achando chato tudo isso... A coisa me vem e de repente eu já fiz. Sem querer... Estou vivendo um relacionamento abusivo com a escrita.
Onde há amor, mas não há paixão.
A mulher todos os dias utiliza a mesma madrugada e a mesma praça que eu pra passear com seus cachorros. Nos acenamos, e ela segue... Eu não quero escrever... Porque ainda não tiraram as bandeirolas?! Eu não quero escrever... Eu odeio escrever. Eu odeio ser escritor. A língua portuguesa me enoja.
O carro lá embaixo está tão sujo...! Queria jogar um balde d'água nele. Madalena do Poste de luz (a melhor divulgação que há) faz Búzios... cartas... trás de volta o amor. E quem ajuda é o Senhor do Bonfim (será?); esse garimpeiro... quase uma da manhã. Essa estátua do Garimpeiro. Esse CARA... Todos no fundo aguardam o dia em que ele simplesmente abrirá a portinha e sairá andando, atrás da caravana das almas de gente que morre, mas não vai embora...
Escrever "AQUI, Ó!"... Um saco. Não quero mais não. Eu AMO escrever sabia? Me sinto em casa... adoro esse troço... sou bonzão nisso. Adoro escrever.