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Aos poucos volto pra mim

Encho a cabeça de responsabilidades e compromissos pra não ter tempo de pensar na gente

Semana cheia, corrida, e eu não paro de pensar em como você está por aí

Pôr do sol é foda, esse horário do crepúsculo

A noite, o banho, o voltar pra casa

Finalizar a noite cedo, pra dormir cedo

Você conseguia mais vezes que eu, eu acho

Começo a perceber o quanto eu não faço ideia de quem você é

Do que você pensava de mim, de quem você esperava que eu me tornasse

Aquele embrulho no estômago de me imaginar pequenininha na sua cabeça

Meu corpo ainda demonstra fisicamente o quão lascado está com isso tudo

Esse período é um prato de comida ruim que eu mesma fiz, mas que só tem ele, tenho que comer até o final

E sim, eu escrevo mil vezes mais quando estou só, justamente por ser um desabafo, uma conversa que eu teria com a pessoa que eu costumava passar horas a fio conversando

Começo a pensar no quão baratas foram nossas horas pra você

Não me conformo nunca com a facilidade com que você me permitiu terminar

Não quero me relacionar enquanto eu não estiver de bem comigo

Eu costumo virar água em relacionamentos

Onde não importa o recipiente, eu me faço caber

Isso tem me feito mal há anos

Recolher os caquinhos pra ver o que sou eu, e o que eu montei pra pessoa gostar mais de mim, acho que é o mais difícil

Estou sempre distante, enjoada, de mim mesma

Clinton
Enviado por Clinton em 08/07/2024
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