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Aos poucos volto pra mim
Encho a cabeça de responsabilidades e compromissos pra não ter tempo de pensar na gente
Semana cheia, corrida, e eu não paro de pensar em como você está por aí
Pôr do sol é foda, esse horário do crepúsculo
A noite, o banho, o voltar pra casa
Finalizar a noite cedo, pra dormir cedo
Você conseguia mais vezes que eu, eu acho
Começo a perceber o quanto eu não faço ideia de quem você é
Do que você pensava de mim, de quem você esperava que eu me tornasse
Aquele embrulho no estômago de me imaginar pequenininha na sua cabeça
Meu corpo ainda demonstra fisicamente o quão lascado está com isso tudo
Esse período é um prato de comida ruim que eu mesma fiz, mas que só tem ele, tenho que comer até o final
E sim, eu escrevo mil vezes mais quando estou só, justamente por ser um desabafo, uma conversa que eu teria com a pessoa que eu costumava passar horas a fio conversando
Começo a pensar no quão baratas foram nossas horas pra você
Não me conformo nunca com a facilidade com que você me permitiu terminar
Não quero me relacionar enquanto eu não estiver de bem comigo
Eu costumo virar água em relacionamentos
Onde não importa o recipiente, eu me faço caber
Isso tem me feito mal há anos
Recolher os caquinhos pra ver o que sou eu, e o que eu montei pra pessoa gostar mais de mim, acho que é o mais difícil
Estou sempre distante, enjoada, de mim mesma