A BELEZA
A beleza nunca foi soberana... - Embora intervenha em todos os lugares, como diz Hegel. Se não há beleza na falência dos tecidos (Que é o preço que se paga pela vaidade), é porque a depreciação física, o decrépito... São o que são: um processo natural de esfoliação humana.
A maquiagem sempre fora uma relação de poder. E hoje passou a ser de aceitação. A ordem é durar o tempo que durar a ilusão. E essa verdade acaba sendo o elixir do mundo... - A beleza dói. E, como provocação, deixa-se mutilar o corpo. Todos querem parecer eternos. E na efemeridade da vida, isso é também um contrassenso. Bastava um exercício de equilíbrio de personalidade.
Porém, a faxina acontece de fora para dentro; o que só reforça a insignificância que habita em nós. E é também uma resistência à maturidade: um escudo de feios e belos, que são a mesma coisa.
A busca pela formosura é, ritualisticamente, um conflito moral. A única utilidade é sermos o prato de entrada. O que há é uma representação, característica de brevidade.
Não há razões para se desconfiar da ordem natural das coisas. Ela é uma metamorfose que se manifesta em cada canto da natureza; e, principalmente, no coração do homem.
A beleza está nos olhos de quem (se) vê. O espelho é só uma distração...