ALMA VAZIA, OH! QUEM DERA!
Esvaziad’alma, oh! tão bom se destarte a quisesse, porém não!
Todavia, ei-la qual o jovem rico que de si próprio não se renuncia
E preso s’encontra com os bens que têm
Ou os bens que o têm, pelo que mais certo o dizer seria
Desconheço quem neste tempo troque o samsara do mundo pelo nirvana
do deserto
E por que assim é senão por preferir mais o caos ao silêncio e a paz?
E, portanto, opta-se mais (ou sempre) pelo gozo (ainda que fugaz) ofertado
pelo tempo do que o Reino dos Céus a ser a abnegad’alma em seu silêncio
A solidão santa e pura que só a provamos nos pueris tempos que já não mais “somos”
A antiga novidade d'outrora qu’então lastimosamente perdemos
Ao que gradativamente nos expulsamos do paraíso a que "éramos"
Solidão e silêncio são desde muito [para nós] apenas palavras e mais nada
E pelo qu’em tal grau o mundo nos significa nos esquecemos de nós mesmos
Ao que o nada de tudo aqui passou a ser o nosso tudo
Ainda que tudo [aqui] seja nada, já que tudo passa e se torna nada
(Pelo que verdadeiramente ele é: nada)
Deserto!
Abandonar-se sem medo n’àquele místico silêncio que só as corajosas almas
conhecem
Pelo que renunciaram ao mundo
Sim, corajosas e humildes almas, visto que se orgulhosas fossem, o medo de perder
o que tinham roubaria sua ousadia:
De sair de si mesmas para se adentrar n’um desconhecido espaço a ser, então, o céu
Sim, vivemos n’um exílio que por mais cruel que seja, temos medo do qu’existe
fora d’ele
Ou então porque não acreditamos qu'exista algo e, sobretudo, o melhor fora d'ele
E, portanto, preferimos a escravidão que a liberdade
Até quando?
Alma vazia de si mesma?!
Ah! quem dera!
Amamos por demais a balbúrdia do mundo, deste mesmo que nos promete gozo,
mas que só nos dá dor, aflição e agonia
E por mais que disto saibamos, ainda assim por ele nos apegamos
E colocamos n'ele nossas esperanças
Oh! Felizes os que partem para o deserto e não mais se acomodam com as falsas
seguranças do exílio onde s’encontram
Despertaram-se a tempo
06 de julho de 2024
IMAGENS: FOTOS PARTICULARES, FORNECIDAS PELA MINHA QUERIDA SOBRINHA, LAÍS
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FORMATAÇÃO SEM AS ILUSTRAÇÕES
ALMA VAZIA, OH! QUEM DERA!
Esvaziad’alma, oh! tão bom se destarte a quisesse, porém não!
Todavia, ei-la qual o jovem rico que de si próprio não se renuncia
E preso s’encontra com os bens que têm
Ou os bens que o têm, pelo que mais certo o dizer seria
Desconheço quem neste tempo troque o samsara do mundo pelo nirvana
do deserto
E por que assim é senão por preferir mais o caos ao silêncio e a paz?
E, portanto, opta-se mais (ou sempre) pelo gozo (ainda que fugaz) ofertado
pelo tempo do que o Reino dos Céus a ser a abnegad’alma em seu silêncio
A solidão santa e pura que só a provamos nos pueris tempos que já não mais “somos”
A antiga novidade d'outrora qu’então lastimosamente perdemos
Ao que gradativamente nos expulsamos do paraíso a que "éramos"
Solidão e silêncio são desde muito [para nós] apenas palavras e mais nada
E pelo qu’em tal grau o mundo nos significa nos esquecemos de nós mesmos
Ao que o nada de tudo aqui passou a ser o nosso tudo
Ainda que tudo [aqui] seja nada, já que tudo passa e se torna nada
(Pelo que verdadeiramente ele é: nada)
Deserto!
Abandonar-se sem medo n’àquele místico silêncio que só as corajosas almas
conhecem
Pelo que renunciaram ao mundo
Sim, corajosas e humildes almas, visto que se orgulhosas fossem, o medo de perder
o que tinham roubaria sua ousadia:
De sair de si mesmas para se adentrar n’um desconhecido espaço a ser, então, o céu
Sim, vivemos n’um exílio que por mais cruel que seja, temos medo do qu’existe
fora d’ele
Ou então porque não acreditamos qu'exista algo e, sobretudo, o melhor fora d'ele
E, portanto, preferimos a escravidão que a liberdade
Até quando?
Alma vazia de si mesma?!
Ah! quem dera!
Amamos por demais a balbúrdia do mundo, deste mesmo que nos promete gozo,
mas que só nos dá dor, aflição e agonia
E por mais que disto saibamos, ainda assim por ele nos apegamos
E colocamos n'ele nossas esperanças
Oh! Felizes os que partem para o deserto e não mais se acomodam com as falsas
seguranças do exílio onde s’encontram
Despertaram-se a tempo
06 de julho de 2024