Dialogando com a minha ancestralidade.

_*Dialogando com a minha ancestralidade.*_

Ao amanhecer, quando os primeiros raios de sol despertam o dia, a terra e as gotas de orvalho ainda repousam nas folhas e eu sinto a presença dos meus antepassados, me guiando. Eles habitam na luz do meu presente, tecendo um manto invisível de fortaleza ao meu redor. A vida, essa corrente eterna, serpenteou por suas existências, nutrindo-se de suas histórias até desaguar em mim, carregando a sabedoria e as vivências de gerações.

Todos os dias, aprendo a reconhecer a força que emana dessa linhagem. Cada membro, desde os mais remotos até os mais próximos, compõe um elo essencial dessa corrente, que me constitui e me fortalece. É como um grande rio de memórias, inclusive daquilo que não vivi, mas, me acompanha.

Genética povoada, por intuições, lembranças e aprendizados, fluindo silenciosamente através do tempo, revelando que não estamos sós; somos parte de algo maior, um tecido vivo de relações e significados.

E assim, em cada interação familiar, nas trocas simples do cotidiano, leio essa ancestralidade. Esteve presente no olhar amoroso e cansado dos meus avós, na voz carinhosa dos meus pais, na alegria contagiante dos meus filhos.

A mensagem ancestral, ecoa nessas relações, lembrando-me da importância de honrar cada laço, de valorizar cada encontro, pois eles são a continuação dessa corrente vital.

Vejo as gotas de orvalho, atemporais, ao clarear o dia, refletirem a minha ancestralidade. Elas capturam a luz e trazem consigo o fogo da vida, um ciclo perpétuo de evaporar e retornar, detalhes aparentemente ínfimos, que carregam em seu brilho a história do universo. É uma dança delicada, que me conecta, com todos aqueles que inauguraram o caminho, antes de mim.

Quando o vento uiva, em momentos solitários, balançando as árvores, sinto o sussurro poderoso, da minha ancestralidade. Suas vozes embaladas pelo vento, trazem consigo conselhos, lembranças e uma força serena. A floresta dos meus medos internos se agita, mas esses sussurros ancestrais, aplacam a escuridão, dissolvem as incertezas, recordando-me a coragem e sabedoria que herdei, que sou a culminação de muitos, que enfrentaram e venceram.

Assim, nesta crônica da vida, sinto cada instante, como uma homenagem, àqueles que pavimentaram meu caminho. Em gratidão por suas vidas e suas histórias, comprometo-me a viver plenamente, a abraçar uma plenitude que lhes faça justiça. Cada manhã, é uma nova chance de celebrar essa jornada contínua, um ciclo de amor e conexão, que jamais cessa, construindo pontes entre as eras, unindo tempos e corações, numa só sinfonia ancestral.

_*Daniel Barthes.*_

BARTHES
Enviado por BARTHES em 27/06/2024
Código do texto: T8095200
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