fim de um contrato
eu fui levada a crer ao mesmo tempo que acreditei
que o meu lugar seria aquele, por pelo menos um bom tempo
só que o tempo urge e tudo muda o tempo todo.
na verdade eu já ia atrás dessa mudança,
já não me sentia pertencente na proposta de trabalho que estava fazendo valer
estando ali, presente.
tenho vivido tantas inconstâncias,
é tanta proposta de trabalho novo misturado com ser mandada embora meses depois
e precisar repensar tudo de novo.
a verdade é que eu ainda estou em choque, me pergunto se realmente estar em um trabalho no modelo
clt convencional é onde me encaixo.
eu sei que não, embora meu estado seja o de estar em choque com o acontecimento repentino
era o que eu queria, além disso, precisava.
já rompi com outros trabalhos anteriores, só que dessa vez o efeito disso está sendo muito mais profundo
estou refletindo sobre muita coisa de uma forma que não refletia antes,
sinto esse romper como um impulso para ir viver logo tudo que eu quero viver.
criar e recriar quantas vezes for preciso o meu jeito de consolidar trabalho,
a minha maneira de construir meu jeito no mundo, de forma autônoma
autêntica.
é impressionante o que um ''pequeno'' ato de ser mandada embora,
sendo que eu logo menos iria romper com o trabalho, pode mexer com a gente.
meu lugar é estar no mundo, não sou de permanecer em um lugar só por anos e anos
sentada na cadeira atrás do notebook por horas e horas
dia após dia, fazendo trabalhos tediosos.
isso me suga a alma, reprimi meus desejos de liberdade, movimento
em um estilo bem alternativo.
me preservo em não me limitar no ritmo operário, tradicionalmente falando.
eu quero é mais.