O quanto mentimos para nós
Oportunidade, nem todos puderam ter,
Nem todos que tiveram, sabem que têm,
E toda essa injustiça e ao mesmo tempo ingratidão,
Não se sabe de onde vem,
Apenas destoa em nosso coração...
Esse sorriso puro, daqueles que não foram contaminados,
Dói mais em mim do que toda essa verdade,
De saber que eu nunca fiz nada para mudar,
Apenas consinto, ignoro, quando lembro por dentro eu choro,
Mostro a mim mesmo o monstro que somos,
De onde vem essa indiferença,
Qual o porquê de todo esse silêncio,
Se não vemos, então, não sentimos,
Pobre de espírito seguimos,
E quando nos sentimos vazios ainda tentamos entender por quê?
Ora, veja quantas ignorância,
Esse brilho apagado em nós,
O tanto que tentamos esconder,
Eu sei, você sabe, mas fingimos não saber...
Pois tudo que sinto de nada adianta,
Enquanto houver um corpo velho com espírito de criança,
Preso em uma vida medíocre e limitada,
Lutando só, e somente para ter o que comer,
Já que não tem além disso outra expectativa...
Como posso tentar me enganar e achar que me revolto?
Se todos esses sentimentos vão embora antes de terminar o dia,
E a vida continua, assim, muitas vezes ingrata,
Uns choram por pouco, outros riem apesar de não possuírem nada...