Fases da vida

 

 

Sou o que sou! Sou o que sou! Sou o que sou! Sou o que sou!  e nada mais!

 

Elias João Elias Dib, brasileiro, casado, natural de Núcleo Bandeirantes-DF, nascido aos 27/xx/xxxx. Advogado, funcionário  público desde 30/04/1990, no Tocantins. Sou "Pioneiro do Tocantins"

- Foi assim:

Quando ainda na tenrra idade, ainda com dez anos de idade, numa aula de matemática e com a irmã patinha, como a chamavamos, por ela ser baixinha e gordinha, oriunda de Jaboticabal Sp, estacionou ao meu lado e insistindo para que resolvesse um probleminha de matemática. Não me lembro hoje se era adição, subtração ou divisão e nem mesmo multiplicação.

O fato é que eu não tinha como resolvê-lo, mas, só me lembro que fiquei muito nervoso e suando muito e contendo um choro dentro do peito. Confesso que foi a minha primeira decepção, pois, vi que não estava mesmo preparado para ciências exatas, na época nem sabia que existia exatas, só tinha dez anos.

 

MAS, O TEMPO PASSOU E É COMO HOJE OUVIMOS ALGUÉM DIZER, QUE: Só fiz Direito porque detestava matemática.

Então resta saber, como irei calcular os honorários!

Mas, isso não é muito difício.

 

RESULTADO:

FORMEI-ME em Direito no ano de 1988, na FADA- Em Anápolis-GO. Inscrito inicialmente na Ordem dos Advogados do Brasil - Seção - Goiás em 1989. Mudei-me para o Estado do Tocantins, transferi  minha OAB, nomeado Procurador do Estado, exerci  o cargo de 1990 até 1994. Em 1995, fui para outra Secretaria, onde estou até os dias atuais.  Em 2000 me submeti ao Concurso Público para o cargo de Analísta Técnico Jurídico, logrando êxito no entanto. Fiz Pós-Graduação em Gestão Pública no ITOP - Palmas, com artigo científico, que se encontra postado aqui - Na parte Jurídica. entitulado , " O crescimento Populacional de Palmas e a Infra-estrutura".

 

 

* Descendente de Libaneses, meu avô,Hanna Elias Hanna Dib (João Elias João Dib) veio para o Brasil , não sei a data certa, mas, por volta 1900 , ou anos depois, Meu pai Napoleão Elias Dib, nasceu em 1927, aqui, acredito que meu avô tenha vindo em 1904. Casou-se com minha avó Antônia da Costa Freire e dessa união nasceram  sete filhos: Napoleão, meu pai+, Tio João (tio tico+), Tia Verônica (tia nega+)Tia Maria, tia Edeltrudes (tia té+), Tia Leonora(tia Tica), Tio Altamiro+, alguns estão vivos e os com cruz , já estão morando com Deus..

 

- Desde muito jovem, já lidava com os serviços da Fazenda de nossos pais, ainda com 07 anos, juntamente com meus dois irmãos mais velhos. Carregava uma enxada pesada e fazia as tarefas do dia a dia. O pai insistia que todos deveriam trabalhar e estudar . E assim se fez. 

 

- Mas, com a chegada do período escolar na cidade, meus pais resolveram que teríamos que estar lá na fazenda e na cidade alternando os dias, enquanto durassem as aulas. Comprou uma casinha simples na cidade, fazendo esforços para que os filhos tivessem uma melhor educação. Em verdade, na roça tinha um grupo escolar, mas, como é de costume no Brasil, com uma educação deficiente, todos estudavam misturados. 1º ano, junto com o 2º ano e assim até o 4º ano. Era muito divertido a ida para esse grupo. Eram primos e colegas da fazenda, em torno de uns dez garotos, que todos os dias percorriam uma estrada de terra em busca do saber. Ali começou o verdadeiro caminho das pedras. Que na realidade as pedras não foram retiradas e nem devem ser, pois, são obstáculos naturais e que muitos precisam passar.

- O caminho da escola era muito longo e como eu era o mais jovem da turma e ainda não estava estudando, ia mesmo assim, carregando o lanche (laranjas frescas), acho que no final do primeiro turno da aula, eu já teria consumido meia dúzia de laranjas. Ficava lá fora do rancho de palhas de coqueiro, onde funcionava a escola, sentado num dos mourões que estava deitado ao lado do rancho.Era um tédio, mas, não tinha o que fazer. Meu pai ordenava que era para ir e teria que ir mesmo sem ter  ainda que estudar. Sem lápis nem papel.Era uma ignorância dele, pois, não teria problema algum em participar das aulas, afinal tinha cinco anos. Mas, era uma regra da escola, só admitiam aos sete anos...(coisas de caga regras da época).

- Mas, aquilo era só o começo.

Após alguns anos, tivemos a matrícula confirmada num colégio de freiras.  Lá não era de graça. Meu pai pagava uma nota para manter seus filho na escola. "Obrigado pai e mãe por terem esta visão", que Deus os tenham em sua Glória..

- Estudamos, os quatro primeiros anos neste "Educandário São José". Lá tínhamos uma disciplina bem rígida e meu pai e minha mãe eram sempre informados acerca de qualquer coisa que fizéssemos de errado. " Tenho um irmão mais velho do que eu, que volta e meia derrubava a mangueira do "carneiro", que mandava água lá da mata, para a caixa d'agua do colégio, que tinha um andar acima. Esse menino era tão levado da breca, que ficava se dependurando nesta mangueira até derrubá-la. Então a diretora, mandava bilhete para o meu pai, através de outros irmãos, no sentido de punir este meliante, pois, estava difícil a convivência no recinto. Menino muito cheio de arte, inquieto e desobediente. Resultado: Ganhava uma surra quando o bilhete chegava...Eu ficava com dó, mas, não era em Mim. Ele não ouvia ninguém e fazia tudo outra vez...

Eu era mais quieto  e não gostava de contrariar as regras. "Regras são regras" , precisam ser observadas.

 

Mas, aquele tempo estava passando muito depressa. Com a conclusão do pré escolar e os outros anos até a 4ª série, tive que fazer uma espécie de vestibular para entrar na 5ª série. (coisas de Brasil e os caga regras da época), inventaram que para cursar a 5ª série, por questões de muita procura na rede municipal, teríamos que fazer este "pequeno vestibular" chamado exame de admissão. Passei com nota bem alta. Fiquei muito feliz por ter conseguido, já que muitos não puderam cursar, pois, a nota era muito baixa. Mas, como já disse, a educação estava passando por processo de mudanças e aqueles que se achavam entendidos no assunto resolve (cagar) alguma regra do bom viver, digamos assim.

Era um verdadeiro absurdo ter que conviver com uma situação daquela naquela época, mas, como a corda sempre arrebenta pelo lado do mais fraco, os alunos de menor poder aquisitivo, tiveram que procurar outro estabelecimento de ensino para continuar os seus estudos. Enfim, deu tudo certo. Concluí com muita dedicação, pelo menos era o meu propósito. Acho que, se alguém quer vencer na vida, tem que se esforçar, dar o seu máximo, porque , alí todos são ligeiramente concorrentes e qualquer vacilo, voce perde a batalha. Ser vice não significa que venceu em segundo, ocorre que perdeu o primeiro.

Na conclusão de 8ª série, tivemos direito até a baile de gala. Conjunto que tocou no Baile , chamava-se "Matuskela" Isto foi nos anos de 1976. Temos até fotos da época e qualquer dia postarei as fotos ok?. 

- Para angariar fundos para contratar a banda , locar o clube da cidade para o baile, fizemos durante toda a sétima série e oitava, festinhas, com venda de ingressos. Eu atuei na época como porteiro e vendia os ingressos e ficava recepcionando os convidados pagantes. Era a minha contribuição, com direito a "open bar" na época, nem bebia muito, hoje também não, mas, uns golinhos de cerveja para não cochilar na portaria. Quase nem curtia muito os bailes, mas, me divertia muito e com apenas dezesseis, nem tinha uma namorada fixa, somente paqueras na noite e noutro dia , já era...Cada um para o seu lado..( era o ficando da época).

 

Tudo passou, e d'aquela hora em diante a vida já estava ficando mais puxada! E o que vinha era trabalho...Faltava grana e a formatura não dava impulso no trabalho. Comecei a ajudar o pai no serviço da fazenda, guiando o trator, naquela época era um Valmet (pneus), depois, ele adquiriu zero km um Massey Fergusson. (75) Máquina espetacular, bom rendimento e de fácil manejo. Arava , gradeava, , triturava (milho, capim, cana) para silagem e outros serviços mais. Silagem = A silagem é uma prática para armazenamento da forragem.

"Além de todo o trabalho, o dinheiro ganho com isto era destinado uma parte para financiar o irmão mais velho que cursava Odonto  na Fojop em Anápolis-go. Resta saber se reconhecu isto algum dia."

Esse processo garante que a perda nutricional da forragem seja pequena e permite com que o alimento seja armazenado por um longo período, graças à uma fermentação controlada durante o processo.

Nem sempre o pasto está em condições de alimentar todo o gado da fazenda, e a nutrição adequada é um dos pontos mais importantes para produção pecuária, seja na pecuária leiteira ou na pecuária de corte.

 

- Mas, aquela vida de sol e chuva, entendimentos e desentendimentos com o velho, me deixou bastante desestimulado em relação a ficar trabalhando com ele, pois, o seu negócio era , pegar o serviço pegar a grana e dar o seu dia de trabalho, como se fosse um empregado qualquer. Aquilo bateu muito forte em mim, pois, eu não aceitava ganhar só o dia, achava que, sendo da família, (filho) , merecia algo mais, mais valorização, eu queria mais. Ainda , neste período, resolvi que tinha que continuar os estudos, pois, como na cidade onde morava, não tinha o 2º grau (científico na época) , trabalhava durante todo o dia e às 17 hs, já teria que pegar uma Kombi alugada e lotada até a tampa e seguir rumo a Anápolis-GO e continuar os estudos no Colégio "Einstein". Fiz os três anos lá. Mas, como os dias de idas e vindas, viajando de Kombi enfrentando os perigos da estrada, fiquei só até o 2º ano viajando. Trabalhava no trator, sol e chuva, vento e zueira nos ouvidos, da máquina e da máquina humana (já sabem de quem falo), pois é, difícil o entendimento com ele. Queria as coisas do jeito dele e quase não aceitava opiniões. Difícil trabalhar assim. Causos: Certa vez, meu irmão Gibrax estava no volante do trator , gradeando terras para um certo famoso W Fitipaldi, então meu velho estava sentado no paralamas direito e eu no esquerdo e o mano velho no volante, fumando sem parar o seu Rothmans International plc. Começou uma discussão acerca da maneira de se trabalhar, no trator etc.. então o velho se enfureceu com uma opinião, ele esbravejava lá do outro lado do para lamas, então eu num ton de brincadeira, zombei dele. Então rapaz, ele queria me pegar lá mesmo no trator, num momento em que a máquina estava quase parada, eu, dei um salto e pulei do trator e continuei zombando dele. Como o terreno era plano e continha muitas raízes soltas ele desceu da máquina e pegou uma dessas raízes bem grossa e lançou em minha direção, então , me abaixei , ela passou por cima de minha cabeça, continuei a zombar dele, aí foi que ficou mais irritado. Resultado: tive que ir embora a pé para casa, não tinha um tostão no bolso. Ficava a uns 15 km da cidade, mas, fui andando mesmo assim. Lá pelas 18 horas, chegaram em casa, eu estava justamente no banho, mas, estava cabreiro com o velho , pois, avistei-o na espreita  e pela fresta da porta pude vê-lo , ensandecido e com a cara toda vermelha de raiva... Então rapaz, saí só de toalha e fui direto para o quarto, ele me seguiu e me jogou na cama e tentou me acertar alguns murros, mas, eu o contive com as minhas pernas , ele desistiu da agressão. Me vesti e fui para uma festa, só voltei as quatro da manhã e cheio de gás( álcool e cigarros). Mas, no outro dia, já tinha ficado tudo bem, então eu passei a assumir a direção da máquina e então, fiquei por quase três anos nesta luta. Até que, pelos desentendimentos ditos anteriormente e pelas gastanças que ele fazia, ví que o futuro estava sendo incerto e inviável era continuar com ele. Resolvi deixá-lo. Meu irmão também, nós tomamos rumos diferentes, eu fui estudar, dar continuidade naquilo que queria fazer, abandonei aqueles falsos amigos, que só gostavam de farras, eu também gostava, bailes, carnaval, Rock in Roll etc.  Mas, Sonhava com um curso superior.Terminei o 2º grau ( científico) Tentei vestibular para Medicina num ano, não deu. Fiz outro para Farmácia e Bioquímica na época, também , na federal, não fui aprovado. Na terceira vez, fiz Direito no fim de 1983, fui aprovado. então este foi o curso em que me formei. 

- Mas, antes disso ainda tem muitas histórias. Para ver o resultado do vestibular, tive que ir a pé também, as coisas não estavam muito bem, grana muito curta e sem trabalho etc... Já matriculado no curso de direito, começou ai já em 1984 a luta para frequentar as aulas e  pagar a faculdade. Comecei a trabalhar ainda no primeiro ano de direito. Trabalhando em uma oficina de conserto de máquinas de escrever e conserto de calculadoras eletrônicas. Estava indo tudo bem, mas, como a faculdade ficava cara a cada mês, tive a oportunidade de sair desse emprego  em Anápolis e migrar para Goiânia, Iá já trabalhar em outro , mas, no mesmo ramo, vender máquinas de escrever, mas lá fui como uma espécie de gerente da loja. Estava indo tudo conforme planejado. Trabalhava até as 17 horas, deixava a república onde morava, fazia um pequeno lanche e tomava um ônibus que contratamos para levar estudantes de Goiânia para Anápolis  e assim fiquei durante dois anos. Não tendo mais possibilidades de continuar trabalhando em Goiânia e indo para Anápolis todos os dias, entrei em acordo com o patrão e saí da empresa e sacando o meu FGTS.  Com parte desse dinheiro comprei um fusca 69, daqueles cor azul bem desbotado, em sociedade com meu irmão, mas, só ele estava tirando proveito, quase eu não andava nele, resolvi vendê-lo para ele, o que demorou para ressarcir o dinheiro. Com a grana mantive uma caderneta de poupança e com esta poupança fui pagando a faculdade. Fazia outros "bicos" para complementar a renda, mas, estava muito difícil. mas, enfim deu certo... 

 

- Continuei os estudos até o fim e em 1988, foi a minha colação de grau em Direito. Então começou uma nova batalha, agora, como na época existia um livro intitulado "Me formei em Direito e agora?". 

 

- Esta é a parte interessante, fiz a prova da OAB, fui aprovado, e agora como Advogado , parti para a luta. Resolvi que deveria ter um endereço comercial, então aliei-me a mais quatro colegas, "montamos' um pequeno escritório  em Anápolis mesmo e começamos a fazer nossos contatos, encomendei 500 cartões de visita e à medida que o tempo passava, distribuia cartões, mas, inesperadamente nenhum deles retornou. Nós ficávamos no escritório, mas, não entrava uma mosca. Foi a fase inicial, crucial, pois, na cidade, tinha aqueles escritórios de Advogados famosos e as melhores demandas ia direto para estes escritórios , sobravam pequenas coisas, alimentos e outras pequenas causas. Talvés até  tenha aparecido algum cliente meu, mas, se não estava no escritório na hora, o advogado espertinho já aliciava este cliente e nem ficávamos sabendo quem me procurou. Problema de sociedade.

 

- Não deu muito certo, não ganhamos nada com aquilo e a sociedade fictícia se rompeu. Graças a Deus, escreve certo por linhas tortas.  Consegui dar a volta por cima, já estava casado  e ela se formou um ano após. Fiquei ainda um ano por lá, mas, tudo estava muito difícil e foi então que bateu aquele estalo. Em 1988, com a nova Constituição, na ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS , art 13 - foi criado o Estado do Tocantins. Não demorou muito e logo acertamos a partida para o novo Estado. No dia  30 de abril de 1990, já estava em solo Tocantinense e louco para trabalhar, pois, estava tudo por fazer. Então começou outra fase, inicialmente vim só, deixei esposa e filha de quatro meses com minha mãe e ancorei (só que de ônibus) em Miracema e viajava todos os dias para a Capital Palmas, viajando de ônibus fretado e lotado, estrada de terra, com 24 pontes de madeira para cruzar até chegar em Palmas , a nova Capital do Estado, antes provisoriamente foi Miracema.

- continuei nesta vida durante cinco meses, até que me cansei de dormir em cima de mesa de trabalho e resolvemos que era hora de trazer a pequena família. Já em setembro de 1990, a família estava reunida, alugamos uma pequena casa em Tocantínia, pois, em Miracema não tinha nada vago, chegava gente de todas as partes do Brasil todos os dias e quem tinha dinheiro conseguia uma casa, ou hotel etc... Mas, era difícil, pois, centenas de pessoas vinham todos os dias, parecia mais um garimpo. E só se via gente com malas nas costas, cachorro, gato etc...E o destino era Palmas.

 

- Continuei morando em Tocantínia por um longo período e na época o governo em Palmas estava distribuindo umas pequenas casas, como comodato para os servidores, mas, alguns espertalhões , seguravam duas ou três chaves das casas somente para satisfazer a sua família, ví isto acontecer debaixo dos meus olhos , mas, eu não poderia fazer nada, estava do lado fraco da corda. Não poderia nem comentar, era boca de siri mesmo.

 

-Lá na capital provisória, tinha que fazer contato com o deputado da região, procurei o deputado, me recebeu muito bem e me ajudou, fiquei uns dias na casa dele, que era toda de madeira, tinha alguns escorpiões, mas, estava dentro do programado.

 

A luta ainda continuou por alguns longos três anos, mas, nesse interime no mesmo diapasão, fui contemplado numa noite, nem estava na cidade, fiquei sabendo depois, que teria um lote para construir, mas, teria que pagar as prestações.

Assim, cada pagamento era reservado para comprar tijolos, telhas, cimento, areia, ferro etc. 

Com isto , resolvemos que era hora de construir. Assim, com ajuda de Deus, as coisas iam se consolidando.

 

 

continua... 

 

Ejedib
Enviado por Ejedib em 21/06/2024
Reeditado em 25/06/2024
Código do texto: T8090904
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