O pastor que amou

Sempre amei, sempre acreditei nas pessoas, cheguei no ponto mais alto da incredulidade, foram tantas decepções que eu já não acreditava mais na bondade humana.

Foram muitas marcas dolorosas deixadas pela religião, e por aqueles que usavam o nome do Criador para praticarem maldade.

Então...Você chegou, com seu delicado amor e com seu cuidado de pai.

Cuidou de mim, me escutou, não me julgou e me amou.

Foram longas conversas, sobre Deus, família e sobre a vida, algumas risadas...me achava engraçada até quando eu nem fazia esforço pra ser. Me respeitava e olhava dentro dos meus olhos enquanto eu falava.

Com sua bondade praticou solidariedade, acolheu os necessitados, abraçou as crianças (Elas te amavam tanto).

Você amava o pai e agora está com Ele, em casa.

Sinto sua falta mas também sinto um alívio quando lembro da carta que te escrevi, agradecendo por me fazer acreditar de novo na vida....As suas palavras ainda estão aqui dentro:

"G, você tem tantos atributos que deve valorizar isso". Nunca vou esquecer.

Imagina só...uma mulher amar um homem sem segundas intenções.

E agosto chegou, no mês do meu aniversário você partiu, tão jovem, tão cedo.

Demorei para compreender e confesso, as vezes ainda dói.

Sofri em silêncio...O luto incompreendido...chorei escondida e na roda de amigos, quando o assunto era você, eu fingia estar tudo bem mas por dentro estava gritando.

O que eu sentia por você era forte demais, tão puro e profundo.

Era apaixonada pela sua forma de amar as pessoas, a natureza...pela emoção que sentia ao falar do mar, das cachoeiras, das montanhas que registrava nas suas lindas fotografias, pela sua vontade de viver...

E viveu intensamente, riu, cantou, amou...E ainda se fez ilha na minha vida quando eu estava me afogando em mim.

Obrigada por tanto.

Com carinho,

Para o pastor que entendeu o que é amar o próximo