Pegadas e sorrisos
Vi no sol cansado, detrás do monte e caminho, pegadas de sorrisos, velhos.
Lembrei me da flor, do arvoredo e riacho, do doce olhar, meigo de menino.
O tempo é cinza, esconde o belo, a folha seca é pintura.
Num coração, há lacunas de ninhos, de pássaros e sóis.
Da casa velha, da estrada, da trilha e boiada, não esqueceu estes olhos.
Quadros são eternos, museus da alma, lugarejos de criança.
O obscuro da noite, não arrastou o brilho, nem tão pouco, as águas grandes.
A ruga que marca, o fio bem branco e cabelo, são gavetas.
Sou passageiro de um trem, passo naquela estação, o túnel está em mim.
Poeira, ventos e relógio, foram pouco, persisto na vida, revivo pegadas e sorrisos.
Pinto e esboço a felicidade tão minha.
Faço sóis, tristezas e securas, sou a água do poço, o osso roído, passeio sobre a vida.
Vi no sol cansado...
João Francisco da Cruz