Destino

Deslizou a água, o riacho cumpriu o curso, a pedra doou seu papel.

Vi um pássaro na janela, o dia ficou tão leve, de sons e pios.

Pegadas minhas, de areia, corações, sombras, trilhas, risos de menino.

Demorou um tempo de vento, balançou a folha já séquida, irrigou a canseira do canteiro.

Destino, a curva esconde o amanhã.

Penso naquele Sol de alegria, invento flores, esboço a morte tão oculta, não sei por onde andas.

Todavia, passeio os passos meus, sem medo de viver.

Os dias meus, pinto um amarelo de brilho, tiro a pedra de quina, deslizo de ribeiro, fio e calmo.

Sei do mar adiante, da fúria e fome, da onde que engole e engana.

No entanto, velejo de barco e vela, já estive à deriva, tempos de morbidez, sobrevivi.

Uso um sorriso de alma, caminho em veredas infindas, vou cumprir o meu destino.

Deslizou a água...

João Francisco da Cruz