O que fazer comigo?

Porque está dançando?

Qual o motivo do sorriso?

Pra que parar e ver a lua?

Não é comum e nem preciso

Me calar, travar as minha pernas, engolir os risos

Eu tentei mas não consegui mudar

É meu corpo que balança quando escuta a música tocar

É a lua que brilha tanto, me causa espanto e me faz suspirar

É a música que toca a alma

Que chama para fora a minha voz

Traz sossego e calma

É os meus pés no chão?

O cabelo que deixei crescer?

A minha forma estranhamente maluca de viver

Ainda é o que te incomoda?

É a bagunça de ser eu que te apavora?

Eu não consigo entender

Seu silêncio ensurdecedor, sua presença vazia

E sua ausência de amor.

A confusão vem, quando lembro que tenho que estar

Com o corpo e preceitos

Mas nunca com meus tantos jeitos

Eles envergonham, não correspondem com a certidão

Não cabem no espaço, enfurece o coração.

Mas enquanto eu ficar

Eu preciso me dizer

Ei! Vê se não envelhece, não escurece

E não entristece de ser.