Carol.
Carol.
Meu nome é Osvaldo Rocha Jr., alguns de vocês não sabem, mas, além de arqueólogo, sou aventureiro por natureza. Foi em 2024. do mês de Junho. Estava aventurando-me pela região de Capim-Grosso, entre escaladas e caçadas, resolvi descançar depois de uma exaustiva prática.
Andando pela estrada com a minha Shadow 750 avistei um bar restaurante próximo ao monumento da cidade, ponto de parada para os tantos que como eu, em viagem, parava para alimentar-se. Parei em frente ao mesmo, desmontei, adentrando o recinto, sentei numa mesa rente a janela que dava a vista para o horizonte.
- Bom dia? O que deseja?..
Sai da inércia do vislumbre paisagístico, para vislumbrar tamanha beleza natural daquela voz doce e simples a falar-me.
- Ahhh! Perdão! Vou querer uma Coca-Cola por gentileza.
- Claro! Um minuto...
Aquela deusa Cimeriana, virou-se e saiu deslizando como o vento na própria Orquídea, era a paisagem mais bela, visto que, comparada ao Eden, tornaria-se deserto. De 1,68 de altura, cabelos castanhos com mechas douradas, um olhar cintilante, vivo, ora juiz, ora acusador, e, de fato, nos fariam réus pelo crime de imaginar-la.
- Pronto senhor, algo mais?..
- No momento não. Grato!..
Quando ela foi saindo...
- Espere! Como se chama?..
- Carol.
- Ok Carol. Obrigado...
Ela agradeceu, e, sorrindo retirou-se. Carol era o nome daquela perfeição divina, Carol, era a divina perdição perdida na terra. O que dizer para aquela mulher no minuto de vontade, e, que vontade traria-me o minuto desse dizer?
As horas foram passando, o segundo contando a hora de partir, entre o ir e ficar, ela mais uma vez aproximou-se:
- Algo mais senhor?..
- Não grato. Apenas a conta por favor.
- Pois não.
Ela retirou do jaleco um bloco de anotação, rabiscou algo e me deu.
- Aqui senhor. Como será o pagamento?..
- Ah! Obrigado. Cartão!
De novo ela pegou do jaleco a maquina de cartão, passou o mesmo, deu-me o comprovante e agradecendo retirou-se. Eu a vi partir, levantei, sai do recinto, sentei na Shadow e segui viagem. Na memória sua face, na boca seu nome, no peito uma saudade involuntária, por inúmeras razões, tive que deixa-la...
Texto: Carol.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 17/06;2024 às 05:00