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O ESCRITOR OU A SUA OBRA?

 

“Nem sempre os grandes escritores são ‘bons’ escritores”

(Lêdo Ivo)

 

E então...

O escritor ou o seu trabalho?

O autor ou a sua obra?

Pois bem ...

Procurarei (ou tentarei) ser breve no que [aqui] escreverei

Mesmo porque escrevo n’um país onde a maioria não tem o bom hábito de ler

É verdade, o prazer da leitura não é [aqui] uma “paixão nacional”, tais como o futebol,

o carnaval, a música sertaneja (dentre outras coisas)

Contudo, que me entendam bem:

Não estou generalizando (a aplicar para todos) esta minha sentença

Há muita gente que aprecia uma boa leitura, sim

E, como eu escrevo a partir de dados, tomei a liberdade de anexar [aqui]

o que registrado foi em pesquisa de um Censo (2022), o qual expôs o retrato do

consumo de livros no Brasil:

Pois então...

No Brasil apenas 16% das pessoas acima de 18 anos compram livros

E avançando ainda mais na pesquisa foi dito que o brasileiro (de forma geral) lê

cerca de 4 livros por ano

O que classifica o índice de leitura muito baixo, comparado com alguns países

Bom, só estou colocando isto para justificar o que eu disse anteriormente

Não "inventei" nada, só expus os dados conforme eu sempre faço)

Mas o meu foco [neste trabalho] será outro

 

Tomo agora a liberdade de lhe fazer uma pergunta “à queima roupa”:

Você “prefere mais a obra ou o autor”?

N'outras palavras:

Você lê um livro pelo conteúdo [a seu respeito] divulgado, ou dependendo de quem

o escreveu?

Ah! É verdade, meu amigo, há quem não leia [de form'alguma] um livro só por causa de

seu autor

E, interessante que muitos [os quais assim se portam] até criticam suas obras mesmo

que não as tenham lido

É como a se dizer:

Se tal trabalho é de “fulano de tal” certamente não vale a pena lê-lo (ou conhecê-lo)

Sim, se o trabalho for de “determinado indivíduo” pode ter certeza de que não presta

Trata-se, sem dúvida, de uma atitude preconceituosa, em que a pessoa se porta como

uma espécie de “promotor de justiça”, onde o “réu” (no caso, o autor) é sempre culpado,

e não há [n’ele] nada de bom ou que se seja louvável

 

E nas plataformas (sites) de publicação de textos é visto a mesma coisa

Ao que agora vale também colocar o oposto do que foi dito

Onde muitos valorizam certos autores não tanto em função de suas obras, mas tomados

pela simpatia que têm por eles (mesmo que seus trabalhos sejam fracos ou ruins)

 

E aqui vale lembrar que vivemos n’um tempo em que realizar trabalhos literários ou

mesmo publicar um livro já não é tão difícil, comparado com períodos anteriores onde só

seria possível mediante uma boa editora ou se trabalhando em um jornal ou para uma revista

Sim, a Internet abriu as portas para escritores amadores, como também para artistas de

várias modalidades, tais como músicos, desenhistas, cartunistas, etc.

 

Bom, mas já que o “autor” se tornará a “prioridade” [na ótica de certos leitores] e não

tanto sua obra (pelo que esta é a impressão), qual deve ser o seu “primeiro movimento”

[como escritor]?

A resposta:

“Conquistar” o leitor para que este tenha [por ele] um ... “amor à primeira vista”

Isso mesmo:

Tanto o seu primeiro livro como a sua primeira publicação n’uma plataforma (site, revista,

jornal...) precisa ser tudo muito bem feito

Porque se não for, simplesmente o escritor não conquistará o leitor

A se saber que “reconquistar” tal leitor será uma tarefa difícil (quase impossível)

Principalmente se o desagradou ou “pisou em seu calo”

Sim, caso tenha entrado n’um terreno perigoso e proferiu críticas contra o que é

mais sagrado para ele, tais como política, religião, ideologias ou outras “identificações”

Ainda que seu propósito tenha sido o de... “abrir os olhos de alguém (ou de todos)”!

 

Porém, eu sei, eu sei, eu sei...

Nem todo mundo é capaz de “compreender”!

E o preço de quem deste modo o faz pode ficar [para ele] muito caro!

E levando-se em conta [de] que ninguém gosta de ter inimigos

Onde se justifica que muitos só escrevem o que possa lhes render elogios e aplausos

Sim, a desejar fazer “amiguinhos” e ganhar “likes” e "curtidas" (afagando-lhe seu vaidoso

ego!)

Ah! Deixa quieto!

 

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Resumindo:

Que, então, a sua primeira obra (livro ou mesmo texto) seja excelente

Sabendo (e repetindo a mensagem) que se o trabalho inicial for ruim ou tenha desagradado

o leitor, este dificilmente se interessará pelo segundo (ou por mais outros)

Ou, n’outras palavras, o escritor será aprovado caso ele "passar de primeira”

Ao que não terá uma “segunda chance”

Já que ele “morreu” ... para o leitor

Contudo, pergunto: importarias [tu] com isto?

Já disse certa vez o grande Lêdo Ivo:

“Para um escritor autêntico, mais de um leitor é exagero”

No que s’entende que muitos [escritores] não são ... "autênticos”!

 

Tomo agora a liberdade de dizer mais um fato interessante:

Há quem escreva só o que o povo “gosta de ouvir”

Digo “ouvir” porque quando se lê co’atenção é como s’estivesse ouvindo as

palavras escritas

E tais pessoas [que se auto intitulam “escritores”] nunca escrevem as “verdades” às

quais muitos "precisariam" de ouvir e, portanto, de "saber"

E na postura covarde, diga-se de passagem, de certos falsos escritores (que é como eu

os classifico), estes “autores” só dão aos leitores “a morfina” de belas e confortáveis

palavras, às quais tanto apreciam ouvir, a ponto de encher-lhes de emoção, levando-lhes

às lágrimas!

 

E por que tais “autores” deste modo fazem?

Simplesmente porque o principal objetivo deles é receber aplausos, “likes”, e, sobretudo,

que sejam “visitados” em suas páginas ou plataformas virtuais (por seus assíduos leitores)

E, principalmente, ... "conseguir" vender seus livros

E, por isso, muitos preferem agradar mais a eles - os seus leitores - do que a si mesmos

É verdade, meu amigo, este "tipo de escritor" sabe que quase ninguém gosta de  ouvir

“verdades”, razão pela qual não as diz (ou então as desconhece pelo que é ignorante!)

As "verdades" são os "antibióticos amargos" que muitos leitores costumam rejeitar

E assim preferem qu’entorpecidos fiquem com as “coloridas [ou rosadas] morfinas verbais”

às quais recebem por parte destes "escritores de araque"!

 

E prosseguirei em minhas perguntas, com o intuito, é claro, de levar o leitor a meditar:

Para quem você mais escreve seria para ti mesmo ou somente para os outros?

Quem mais agradas [no qu’escreves] seria tu mesmo ou visas agradar apenas os outros?

Você se importa (pelo que fazes em seus trabalhos) com críticas e censuras?

Pense bem, caso te importes com o que os outros dizem estarias a ti mesmo subestimando,

pelo que mais os valorizaria do que a ti próprio

E isto lhe será um "erro fatal", o qual trará [no futuro] um grande arrependimento

Ah! Pode ter certeza disto

 

É isso aí

Escrevi o que eu queria, não me importando se irei ou não receber “likes”, "curtidas"

ou aqueles ridículos símbolos virtuais de “tinindo” ou de “joinha”

Bom, vou ficando por aqui

 

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Post Scriptum

 

A questão aqui colocada entre a obra e o autor, quando alguém se move por critérios

de simpatia ou antipatia, também se faz percebida na Política, onde caso o seu “político

de estimação” (o qual talvez você o tenha por um deus) se empenhar em algum

projeto indecente (ou mesmo desumano), você o louvará já que és por ele simpatizante.

 

E se um político o qual você o detesta (ou até odeia) for querer criar algo nobre e honroso,

você simplesmente o criticará e o reprovará pelo simples fato de que você tem por ele uma

profunda antipatia

 

Pois então, critérios com base em “antipatia” ou “simpatia” só os insensatos usam, e

jamais os inteligentes

Você se identifica com qual dos dois?

 

16/06/2024

 

IMAGENS: FOTOS PARTICULARES

 

Anonymous Real
Enviado por Anonymous Real em 16/06/2024
Reeditado em 16/06/2024
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