Despedidas

Já tive tantas despedidas ao longo da vida. Já disse adeus tantas vezes que perdi as contas; ou melhor, já me disseram adeus tantas vezes. Já vi laços construídos serem destruídos num passe de mágica, mas nunca entendi bem o porquê.

Nunca soube lidar muito bem com o adeus, com as despedidas; sempre fiz o que pude para não precisar dizer adeus, mas muitas vezes era necessário. Acho que ninguém nunca sabe muito bem se despedir. Acredito que aprendemos a lidar com o tempo, aprendemos a ressignificar.

Não é fácil, sobretudo quando é alguém por quem temos muito carinho.

Embora seja fundamental respeitar o espaço e o momento do outro, já me questionei tantas e tantas vezes: qual dia aprenderei a lidar com as pessoas indo embora da minha vida? A culpa é minha? Por que elas se foram sem olhar para trás? Por que não quiseram me ouvir? Por que não me procuraram? São tantos os questionamentos, mas em nenhum deles encontro respostas.

Talvez a minha intensidade assuste as pessoas. Talvez a forma como transbordo cuidado sufoque um pouquinho; talvez eu querer matar a sede de alguém não seja suficiente, afinal, não posso matar a sede de ninguém. É a pessoa que precisa fazer isso por si.

Ou talvez tenha sido eu quem não aprendeu a dizer adeus inicialmente.

Talvez tenha sido eu quem não colocou um ponto final. Talvez tenha sido eu quem não se valorizou tanto quanto deveria.

Talvez, só talvez.

Luna Gaspariny
Enviado por Luna Gaspariny em 15/06/2024
Código do texto: T8086096
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