Amar sem Gostar
Quando a gente ama a pessoa sem gostar dela, o amar se torna mais intenso.
Quando você ama uma pessoa que você gosta, o gostar cultiva o amar. Eles convivem juntos, um nutrindo o outro e aí tudo se torna mais fácil. Gostar sem amar também é mais simples, não há cobranças fortes demais que impeçam a felicidade. Uma atenção singela e afetos tímidos já são o suficiente. Agora, amar sem gostar é intrigado, é complexo, não guarda muito sentido e é difícil de ser explicado. O gostar, nesse caso, não existe para afofar o terreno, para preparar as intenções, para alimentar o amor. E aí o amor fica com fome e como todos que tem fome, ele tem pressa, ele é urgente, ele é avassalador, ele faz você pensar em fazer coisas inimagináveis. Ele é uma necessidade e não um prazer. Ele é um bolo preso na garganta que você não consegue se livrar. Ele é um pensamento contínuo e mal resolvido da sua imaginação. Ele está sempre lá para lembrar a você que existe e que tem força e domínios próprios. Ele não precisa do gostar, ele não precisa de você, ele é sobrevivente que quer viver e sobreviventes que querem viver são perseverantes. Ele resiste a todo o seu não gostar e mostra, dia após dia, que não precisa de um motivo para se fazer amor.