Se Questionando a Caminho do Topo

Onde de fato é o meu lugar? Estou no lugar certo? Existe lugar certo? O certo é realmente um lugar ou um estado de espírito? Não importa que caminho eu percorra, o outro sempre vai parecer a escolha certa que eu não tomei. E as comparações vêm logo em seguida fazendo com que eu me questione sobre cada pequena parte das minhas decisões de vida: e se eu tivesse saído mais de casa? Se tivesse casado? E se tivesse feito uma licenciatura e começado a trabalhar logo como professora do ensino básico? E se tivesse continuado trabalhando em escritório? A continuação dessas perguntas sempre calham na mesma praia: E se...eu seria mais feliz? E a resposta que me vem à cabeça sempre me parece melhor do que a minha realidade. Todas as outras alternativas sempre me parecem melhor do que a que eu de fato tomei como decisão. Mas como poderia eu ter tanta certeza do sucesso desses caminhos alternativos quando não tenho certeza nem sobre o caminho que de fato eu estou percorrendo? Como posso comparar uma vida inteira com fragmentos isolados da vida de outras pessoas que eu julgo conhecer tão bem mas que não sei nem a metade de suas realidades? A verdade é que estamos todos correndo dos fantasmas das versões que não fomos e eles sempre nos assombram a qualquer resquício de dúvida que demonstramos sobre nossos caminhos. Se questionar é normal, humano e, em doses homeopáticas, até mesmo saudável. A vida é cheia de escolhas e não dá para ter certeza a todo tempo, é preciso saber a conviver com a dúvida. Porém, o questionamento não deve ser carregado de julgamentos sobre as decisões que tivemos. As outras versões de nós simplesmente não existem, elas não foram criadas e só pairam no campo da imaginação e a imaginação sabe muito bem transformar todas as histórias em finais felizes. Todos os caminhos podem dar certo, assim como qualquer um também pode dar errado. A vida é isso. A gente é que faz o nosso destino. E é uma mentira acreditar que qualquer outra escolha seria mais fácil ou traria uma maior felicidade. Nossa responsabilidade é fazer o melhor com as condições que temos, carregar a fé como amparo, os sonhos como guia e seguir nossos arrepios de emoção quando encontrarmos o que provém da alma. Vai dar certo. A gente é que faz dar certo, seja o caminho qual for.