Cúmplice absoluta do meu peito a memória que tenho da minha infância. Entre mim e a minha solitude,em momentos em que gostava de colher flores perdidas com o cuidado de estar quieta, apoiada sobre os meus joelhos e com a respiração de primavera. Flores, às vezes, curvadas pelas patadas dos cavalos ou espremidas pela violência da rodas. Depois de quase derrubadas, as colhia, e me encarregava do vaso, água, e cheia de silêncio nos olhos. Em mim parecia morrer alguma coisa quando diante de cada flor submersa no barro. Acho que elas é que me colhiam, e iam me recompondo no coração exposto igual a fogo como uma única pedra ressecada e sem musgo a cada um pouco de água que eu colocava. O fardo da flor me consumia e ela me cuidava. Era de chorar cada pétala estraçalhada, tão delicada e resguardada em sua beleza na estrada, parecia entoar gritos em galhos quebrados para ouvidos surdos. Enquanto a flor me ensinava da leveza, a vida em rebeldia em ser firme me assustava ombro a ombro.
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