MODALIDADES DA CEGUEIRA
Num mundo de uma cultura de abertura ampla, mas sucinta de confiança, repleto de promotores de divindade, gurus, cultos e programas de autoajuda nos tolhendo em ideologias, valores paralelos, opções pessoais e descobertas, moldando nossas psiques e almas na exteriorização de tecnologia e informação causando impermanência das coisas que aprendemos e logo se tornam obsoletas, carecemos de um elemento revelador espiritual de realidade para manter nossa sanidade.
Para onde olhamos vemos dissidentes procurando alternativas psicologicamente mais confortáveis, desiludidos com a visão secular da vida, e depreciando qualquer forma institucional da religião estabelecida procurando algum valor, propósito e significado ausente, buscando a presença de algo sagrado e duradouro da existência que transcenda a nossa fragilidade e brevidade no tempo.
Visivelmente, é imprescindível entendermos que a mudança real vem quando questionamos nossa existência, e é notável a primordialidade de aprendermos a viver uns com os outros, pois, a sabedoria brota da humildade nas relações de entendimento entre o sujeito e o objeto, e o caminho da espiritualidade não é o rumo à religião de fé institucionalizada que não reconhece o desejo por respostas satisfatórias, apesar de começar com as respostas. Enquanto, a espiritualidade começa com as perguntas, a nossa vida é uma jornada cujo fim não está à vista.