O PASSADO ESTÁ ... NO PRESENTE (um estudo sobre o Tempo)
O passado está ... no presente, é verdade
E sempre nele - no presente
Presente nas conversas
Presente nas fotos
Presente nos vídeos
Presente na memória
Ao que falamos dele a tod’hora
E em nossas recordações ele mora
Ou mesmo em nossos arrependimentos ou remorsos
Quando, então, “viajamos” para aquele tempo que de nós deslocou,
mas não volta
Esquecem-se todos dentro do próprio tempo
Perderam-se...
E assim vão embora as horas que o sagrado Tempo a todos dá
Já que “no agora” quase todos (senão todos) estão ausentes (mortos!)
Todavia, todos querem “mais tempo”
(Ainda que não saibam para quê)
Oh! Teria o Presente ciúme do Tempo pelo tanto que é ignorado
e trocado pelo Passado?
Sim, teria o Presente inveja do Passado pelo qu’em tal grau o preferimos [mais]?
É fato, não amamos muito o Presente (quase nada, na verdade!)
Não o amamos pelo que [ele] tem por direito e pelo que deveríamos [amá-lo]
E nest’hora eu pergunto:
Como poderia o Tempo ser “demonstrado” e para todos “apresentado”?
Tê-lo-ia uma “auto evidência” a ponto de impossível ser negado?
Qual a “certeza” a ser possível a respeito do Tempo?
Qual a sua “estrutura”?
Sim, pergunto [isto] já que alguns (ou muitos) afirmam [no atual tempo]
que o Tempo não existe
Ou que ele é apenas uma “ideia”
E se o Tempo não existe sê-lo-ia, então, “nada”, pelo que poderia ser negado?
E “onde estamos” (literalmente) no que se refere aos dias, meses e anos?
Um minuto de vida é pouco tempo?
Caso alguém assim pense, experimente então ficar sem respirar durante
um minuto
É fácil dizer que algo existe quando uma “outra entidade” o percebe
No que se relaciona com nossos sentidos
Ao que, deste modo, são todos os substantivos concretos
(Ou mesmo os abstratos)
E igualmente seria como afirmar que para que uma “coisa” exista
necessitaria de “outra coisa”, a que o entenderia (a partir de sua percepção)
Mas e quanto ao Tempo, ele existe ou não?
E uma pedra, ele "é" ou somente "está"?
Ela "vive" ou somente "existe"?
Ser é mais que somente "existir"!
Pois bem, se a inexistência não pod’existir, já que seria um absurdo,
não moveria, portanto, o Tempo no Espaço
A se concluir que ele – o Tempo – não s’haveria?
(Considerando que o que existe só o pode [existir] no espaço)
Se destarte for, o que é, então, o Presente, o Passado e o Futuro?
Pergunto-vos novamente:
O Tempo existe, de fato, ou não?
Ah! Há quem provavelmente nest’hora me dirá qu’estou a perder meu tempo
discutindo sobre o próprio Tempo
E que o aproveita melhor quem não entende nem busca entender o que não
pode ser entendido
E somente vive (e mais nada!)
Estariam certos?
Quem sabe?
Mas a verdade é que é raro quem vive “o aqui e o agora”
Isso mesmo:
A coisa mais incomum neste mundo é encontrar quem esteja verdadeiramente
“vivo no Presente” (ou qu’esteja presente e, portanto, vivo no Tempo d’agora)
Pelo que, em espírito e verdade, ou ela está no Passado ou, então, no Futuro
A viver de recordações ou de esperanças!
Como a quem está [sempre] morto no tempo presente
(No presente Tempo)
Tal como uma pedra
(Que não "é" e somente "está")
04/06/2024
IMAGENS: FOTOS PESSOAIS