DIÁRIO DE UM INÚTIL IV
É razoável fantasiar algo que não viveu, o falecido de outrora é um pária. Fernando Pessoa já havia abordado isso, mas esse luto não tão fácil de superar, já que ninguém chora mais por um cadáver jovem do que outra versão do mesmo - é uma merda ver o que poderia ter sido e não foi.
Escolhi doar uma década de trilha até a "luz", mas a velocidade dela parecer vagarosa demais, ás vezes. Me senti vazio quando vi um amigo com o digno e pacato sucesso social: trabalho e família; quando também pensei noutra linha do tempo ou quando apenas não teria tomado outra decisão.
A vida nem rapadura parece, está mais para algum produto dietético sem sabor, embalado e hipócrita.