Sangue e Corte.
Sangue e Corte.
Houve um tempo em que a escuridão havia tomado um reino de luz e alegrias. Neste reino jardins perderam suas flores, o ar tornou-se pesado, a vida havia se dissipado. Pessoas tiveram seus pensamentos voltados para a escuridão da alma, a alma por sua vez, sucumbiu a morte.
Um homem tentava de todo jeito trazer a alegria e a luz de volta aquele reino. Lutou, lutou, sem êxito, viu-se diante de seu maior medo, o de não ter forças para expulsar tamanha escuridão vendo todo reino cair à sua frente.
Este homem não acreditava no Deus daquele povo, não pedia piedade pelos seus atos, mas, contra tudo que defendia ser verdade, ele, ajoelhou-se perante ao altar da sua mente. Rezando, orando, e, aqueles que o viam chegavam a confundir amor com carinho, gratidão com desejo, porém, o homem focado em seu duelo tentou uma única vez ser atendido pelo tal Deus, descobrindo que de fato este Deus não existia.
Mesmo depois de inúmeras palavras de conforto, dos inúmeros textos escritos com o intuito de fazer o universo compreender todo mal, ante todas as incansáveis e infrutíferas artes da qual tinha conhecimento. Ele, com a espada jogada ao chão, declarou-se inválido, e, rendido.
E, a escuridão levou consigo toda beleza daquela alegria e luz sob o sangue e corte.
Texto: Sangue e Corte.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 30/04/2024 às 12:34