Amor e suas metamorfoses
É aprisionar aquele instante, compreende? Conservá-lo num silêncio tão profundo que somente sua própria existência se expresse, traduzindo os olhares, toques e beijos.
É permitir que tudo se exteriorize. Essa totalidade que reside em nosso íntimo e à qual não conferimos nem forma nem cor.
É sabermos que, lá no âmago, a cada vez que revisitamos aquele momento, nos tornamos egoístas perante o tempo, tentando arrebatar para nós aquele instante.
É não recear o encontro de olhares, o roçar de lábios, o toque na pele e a revelação da alma.
É confiarmos nossos pecados aos olhos.
É experimentarmos uma confiança que, por vezes, nem a nós mesmos damos.
É se renovar cada nova metamorfose do amor, rir do frescor do sorriso tolo e alcançar a felicidade plena.