Vergonha Literária
SEMPRE afirmei que não tenho vocação para a escrita. Amo escrever mas não é a minha praia. Posso afirmar isso conscientemente porque sou alguém que leu muito e que, apesar dos pesares (vista cansada) ainda lê bastante. Leio por prazer e vício. Recentemente um amigo, este um cara que lê muito e escreve muito bem, ficou chateado comigo porque disse a ele que não gostava do livro Os Sertões, de Euclides da Cunha. O cara é doido por esse escritor e ficou Tiririca e, pimba!, me fez um repto: que eu citasse um escritor que escreveu um livro sobre Canudis e os sertanejos melhor que o de Euclides da Cunha. Respondi na hora que nem caldo de cana: A Guerra do Fim do Mundo, romance escrito pelo peruano Mário Vargas Llosa. O cara disse que era uma obra de ficção. Concordei, mas aduzi que fora escrita baseada em fatos e pesquisa. Mais, disse que era uma vergonha literária essa obra-prima não ter sido escrita por um brasileiro. O cara mudou de assunto. Leiam o livro do peruano. William Porto. Inté.