Eternizando o Momento.

Antes...

Muito antes da civilização tomar conhecimento da doutrina religiosa, antes mesmo dos deuses pagãos ilustrarem a natureza e os astros, muito antes do mito de Adão e Eva, haviam sobre a flor de Gaya o filho do Destino e a filha do Desejo.

O filho do Destino, era impetuoso, era das direções, mudava conforme os acontecimentos, era audaz sem temer perigos, e, escrevia em seu diário, sua manobras e aventuras destinada ao amor.

A filha do Desejo, era jovem em seu interior, o seu exterior tinha uma beleza sem precedentes, catava, narrava, encantava com seu sorriso o mais temido filho de Hades. Ela continha versos em seus lábios, nas suas escritas a liberdade vista em cada composição.

A Vida, oras uma irmã, unia os corações solitários na tentativa de gerar mais vidas, no entanto, vez em quando, divertia-se com as vidas solidificadas trazendo novos olhares sobre um novo prisma. Nessa hora, resolveu unir o Destino com o Desejo através dos seus filhos. No sexto dia da semana, escreveu em suas linhas o encontro. Promoveria a união do terceiro signo com o décimo primeiro no reinado da lua crescente, e assim, o fez.

O filho do Destino, vagando por entre suas trilhas deparou-se com um caminho diferente e resolveu tragar.

A filha do Desejo, casada, perdida nos seus versos, viu uma nova composição, e, querendo saber a origem, seguiu as letras enfeitadas de viver.

Ao final do caminho, encontraram- se, olhares cruzaram o universo em poemas, seus toques criaram rimas sem igual, e, o Desejo fundiu-se com o Destino naquela mesma noite. A Vida deliciando-se da sua proeza, sem se sentir satisfeita confundia a mente daquela pequena jovem. Quanto ao jovem, embora novo, era exímio nas rotas feitas sobre a vida. Eles se amaram no momento de segundos e se separaram nas horas de uma vida real.

A filha do Desejo, apesar de ter vivido um segundo de liberdade julgou ser inviável tornar-se a se encontrar com o filho do Destino.

O filho do Destino, amando cada segundo vivenciado naquele momento de puro êxtase, sabendo ser imprudente amar a filha do Desejo, calou-se.

O Destino ao ver a tamanha perversidade da Vida procurou o Desejo que por sua vez estava concordando com o Destino. Ao ver seus filhos sofrendo a angústia de tal evento, foi até a Vida lhe dizendo que criaria um ser com o mesmo poder de destruição, então, criou a Morte.

Juntos chamaram seus filhos e relatando o acontecido, dizendo o quanto era improvável existir um romance entre o Destino e o Desejo, levaram os dois até um Recanto de onde os dois escreveriam o romance eternizando o momento em Letras.

Texto: Eternizando o Momento.

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 28/05/2024 às 18:42