VIDA
A idade chega, e os amigos companheiros vão embora desse mundo, ou simplesmente se afastam por circunstâncias da vida.
Pessoas em quem confiávamos durante grande parte do nosso viver nos decepcionam, e a vida começa a perder a graça.
Quando jovens, não dávamos a mesma importância para esses fatos o quanto passamos a dar depois de certa idade.
Os problemas familiares, que acontecem há tantos anos, começam a cansar.
O físico e a mente não respondem mais com a mesma energia e celeridade de antes.
Movimentos com o corpo, até então realizados com normalidade, tornam-difíceis agora para serem cumpridos.
A lucidez e a memória, sem percebermos, afastam-se cada vez mais da sanidade.
Começamos, então, a sentir a limitação cruel que a velhice nos impõe.
O que fazer para não se entregar definitivamente a uma profunda depressão?
A fé em Deus, em primeiro lugar, e a compreensão da vida que adquirimos com o passar dos anos, ajuda a suportar essa fase decadente.
Simone de Beauvoir disse, certa vez, que, quando estamos sentindo cansaço, a morte não parece tão ruim. Ela tem toda razão, a morte não parece mesmo um fato ruim nesse período da vida.
A natureza do ser humano é sábia, faz com que ele compreenda com toda tranquilidade que há o tempo certo para nascer, e o tempo certo para morrer.
Nesse ponto, nova fase se inicia, retornamos, enfim, à nossa casa.
A paz, e as estrelas, esperam por nós.