Eu sou
Eu abro teu carnaval
Te devoro como meio
De chamar tua atenção
Nos versos em que releio.
Eu fecho as tuas pernas
Como quem já não aguenta
Caminhar pela longa estrada
Mas que outra vez bem tenta.
Eu sou o teu aval
Tua força e tua luz
Sou a fada dos teus sonhos
Em ti, alvo que reluz.
Sou a poeira do rio
Das águas do teu rebento
Sou a curva do anzol
Fases do seu pensamento.
Sou quem vai e quem volta
No teu corpo tão macio
Sou a águia no teu vôo
Que te esquenta no frio.
Sou a frase, sou teu verbo
No silêncio da escrita
Sou a própria poesia
Quando em mim você fita.