Meu quintal de Girassóis
Meu quintal de Girassóis
Na teimosia da terra, dura e cinza, amargura, da água que nega, a chuva, tanto insisto.
E remexo, corto e aro, amoleço, inda que de lágrimas, oh, gotas, vão te molhar.
E no tempo tão preciso, terra, cede, a água cai.
E semeio então os lírios, meu sorriso, rios de mim, meus girassóis.
E da terra, tão bem séquida, brotos novos, vão florir.
E de beleza e amarelo, entre verdes, meus canteiros, se iluminam.
Nenhum deserto perdura para sempre a dor da insensatez.
O estéril se faz fruto, e fecundo, o tronco seco.
Da cerca inválida e mesquinha, do olhar de mal e vazio, enche outra vez os olhos, o meu quintal de Girassóis.
João Francisco da Cruz