O MUNDO E EU, O MUNDO E NÓS
O mundo e eu
O mundo e nós
Não, ninguém o consegue ... separar (um d'outro)
Ou... se separar do espaço em que n’ele se acha
Simplesmente impossível
E por mais longe que alguém vá é impossível do mundo... se afastar
Ou pretender d’ele ... “escapar”
Não importa se foge par’uma floresta, para uma montanha,
ou para uma praia deserta
Desde que alguém “seja” foi justamente "no mundo" que n’ele "foi feito"
O mundo e eu
O mundo e nós
Oh! Não somos diferentes... d’ele
Ninguém é
Somos uma cópia do mundo pelo que ele vive em nós
E nós n’ele
É verdade!
E tolo é quem pensa que só ele está no mundo, mas que o mundo não está n’ele
E destarte deseja tantas vezes d’ele fugir (em vão!)
O mundo e eu
O mundo e nós
Somos o mundo em seu tempo (do “tempo mental”) em que nos encontramos
Porque vinculados estamos neste tempo
Ao qu’estamos n’ele “padronizados” e até mesmo com nossas vidas “legisladas”
E à medida que no tempo caminhamos “ficamos” cada vez mais “mundo”
(E seria também "menos nós"?)
Condicionados, portanto
E o que é nossa memória que não seja o que “aprendemos” no tempo?
Ah! “Desaprender” é extremamente difícil
Ao que caso alguém queira “ser outro” ... só nascendo de novo
E n'outro lugar (totalmente diferente d’onde veio)
O que será um propósito, sem dúvid’alguma, inalcançável
Ninguém consegue “se livrar” do mundo
E ninguém consegue “se descobrir” fora d’ele - do mundo
Ainda que vá para um mosteiro ou um convento
Ou queria viver dentro d'uma igreja (ou templo)
A tentar “atingir um grau elevado” ou coisa parecida
É bobagem quem assim o faz
(E ninguém consegue amar "fora das relações")
Sim, é tolice quem pensa que ali irá encontrar o “nirvana” ou a “santidade”
O mundo está lá também (no convento e no mosteiro) com toda a sua maldade
Com todos os seus vícios
Com todos os seus ... “pecados”
E quer saber mais?
Quem voluntariamente se ingressa num monastério (de clausura ou não),
ou assim o fez por orgulho (em achar que poderá "ficar diferente” dos outros),
ou se trata d’um infeliz egoísta a querer depois de morrer o céu só par’ele,
pelo que s’esforçará em querer ser “melhor que os outros”, e assim ser do
paraíso merecedor (e os outros ... que se danem!)
O mundo e eu
O mundo e nós, então
Ah! Mas quem disse que só há n’ele erro, crime e perversidade?
Há também beleza (e muita)
E por que não crer haver n’ele também “equilíbrio” e “harmonia”?
A “vida” no tempo se faz a partir d’uma “inteligência perfeita”
Ainda que não seja [muito] compreendida
Amemos o mundo, então
26/05/2024
ILUSTRAÇÕES: FOTOS PESSOAIS