O Assalto Frustrado.
O Assalto Frustrado.
Enquanto tomava café na padaria do bairro. A frente do estabelecimento uma aglomeração de pessoas esperavam a lotação, eram adolescentes indo em busca dos "estudos", anciões no passeio matinal ou indo ao médico, funcionários de diversas empresas com ou sem pressa alguma de chegar. De repente chega na padaria um rapaz aparentando ter seus vinte e alguma coisa, com seus olhos averiguando o ambiente, foi ao fim, chegou até a entrada, voltando para o fundo numa sincronia suspeita. Eu por minha vez estava escrevendo como de costume quando ou a voz de assalto. Levantei a cabeça, e o rapaz já estava de frente ao caixa, esta por sua vez nervosa, outros clientes não sabiam se gritavam, corriam ou ficavam estáticos.
Diante de toda aquela confusão o rapaz saiu catando tudo o que podia, celular, bolsas, moedas, enquanto eu assistia a tudo. Chegou a minha vez:
- Me passa o celular DESGRAÇA.
Ainda olhando-o ele repetiu:
- Umbora DESGRAÇA, passa tudo.
No mesmo ambiente em que me encontrava tinha homens mais fortes que eu, saudáveis, mas, tremiam como vara verde, então, falei:
- Espere, vou tirar meu documento.
Atrás da capa do celular fica minha habilitação resgatada depois de sete meses junto ao Detran, além disso, minhas escritas ficam no bloco de notas do mesmo. O meliante colocava a mão na cintura ameaçando puxar o que parecia ser uma arma, nesta fração de segundos eu o avaliava.
1- Se estivesse armado já teria sacado.
2 - O nervoso dele superava os demais.
3 - Apenas um personagem, ou era burro, ou confiante demais.
Levantei, ele recuou ainda apertando algo na cintura, retirei a capa do aparelho, deixondo-o na mesa em que estava, peguei a carta coloquei no bolso, ele aproveitou o ensejo e retirando a mão da cintura foi pegar meu telefone. Neste momento quando se inclinava alguns centímetros o suficiente para desferir uma cotovelada no nariz seguida de uma rasteira foi ai que um outro rapaz entrou na sequência chutando-o que se encolhendo pedia para não o machucar.
Um alvoroço foi criado, os "corajosos" ficaram valentes, pedi então que a menina do caixa pegasse o roubo e distribuísse aos respectivos donos, e, com a calma que me é de natureza, abaixei perto do ladrão e disse:
- Cara arranje outra profissão. Acredite, não leva jeito, e saí.
Chegou uma viatura que o levou, a conversa tomou conta do ambiente: - Eu ia pegar ele. - Esse coroa é maluco poderia ter causado uma fatalidade. - Se não fosse esse rapaz teríamos sido roubado, porque ninguém tomou iniciativa. E assim vários comentários e sussuros que é de praxe.
Voltei calado como sempre ao lugar de origem para perceber minha Coca-Cola derramada, isso me deixou puto da vida. A caixa percebendo veio até mim dizendo para não me preocupar que ganharia outra. Agradeci, sentei, peguei meu celular e começei a reescrever.
Bom...
Na vida o que diz se você vai ser lesado depende da sua natureza. Os marginais quando vem até você estão com o mesmo medo ou talvez mais, por isso, mantenha calma, frieza por assim dizer, análise o ambiente, o atacante, procure uma posição adequada para uma ação precisa, e, se assim, nada que faça lhe der certeza então desista nada vale sua vida.
Quanto ao marginal, a Deus pertence!..
Obs: Não faço desta escrita um incentivo a reação. Eu tenho uma certa afinidade com o Hapkidô, Wing Chun, Tai Chi chuan, e, Ninjutsu, além de não medir os riscos para comigo.
Texto: O Assalto Frustrado.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 13/05/2024 às 07:33