Privar
Se você colocar numa garrafa
A água do mar
Ela nunca mais formará uma onda
Se você arrancar os galhos de uma árvore frondosa
Ela nunca mais te ofertará movimentos
Se você retira uma concha que na praia te falou segredos
Ela não ae abrirá contigo
Quando estiver na sua penteadeira
Se pegares o cavalo que corria livremente e o encilha e coloca cabresto
Quando montares nele não sentira na sua pele a mesma liberdade
Quando arrancas do solo a batata que espalhou as ramas pelo chão
E faz algo apenas em pró de si
O sabor das boas intenções não se espalhará em seu paladar
Se o amor que tens guardado em teu coração para mim e que espalhas para outros ouvidos que não seja o meu
Abre parênteses
No singular mesmo, afinal, escuto apenas com um
Fecha parênteses
Quando me entregarem será com ruídos e ao modo que o outro enxerga
Não serás mais o teu amor por mim
Serás o seu amor que fez com que o outro me amasse também
Eu anseio pelo teu amor
Sem ruídos
Sem os seus disfarces
Quero ouvir de você
O que você fala para os outros