Amor
Sinto que preciso ressignificar tanta coisa dentro de mim.
Na maioria das vezes escrevo
e assim vou exorcizando um tanto de coisa aqui dentro.
Amor, é algo que quase me escapa.
Mas seguro tão firme.
Talvez, o melhor, seja deixar o sentimento livre.
Não deixar tanto a razão comandar,
até porque, baseando-se em dores tão profundas,
tanto amargor, decepções, inseguranças, violências,
meu cérebro não esteja programado para receber um amor puro.
Entender seu funcionamento mais pleno.
Preciso libertar meu coração,
para que ele aprenda amar e receber amor
sem tanta culpa ou medo.
É estranho o mecanismo do desamor
desaprender a amar alguém.
Ou quando o amor torna-se insuportavelmente sofredor.
Mais estranho ainda é não saber se é ou não amor,
pois na maioria das vezes,
a própria existência dessa indagação,
sugere que não é amor verdadeiro.
Pois quando ele surge, nos traz uma certeza inabalável dentro do peito.
E no fundo, tenho um desejo.
Por isso me agarro a menor possibilidade do amor
verdadeiro ou não.
E isso só alimenta uma dúvida dentro de mim.
Faço uma súplica quase secreta,
parecida com desalento de Chico Buarque.
Diga, que eu entrego os pontos,
eu me rendo.
Estou cansada de racionalizar tudo.