A Cripta.
A Cripta.
Dos olhar em que eu via o mar,
onde estão os recifes?
Dos beijos em que eu sentia o doce mel da maça,
onde estão seus perfumes?
Do corpo em que me negava a paz,
onde esta o pecado?
Sentado frente a sua cripta. Flores muchas enfeitam o cenário cuja lágrima tenta inutilmente revive-las. A sua foto, antes colorida, viva; hoje, amarelada pelo sol e a chuva, mostra a tristeza em forma de aquarela estampada na minha face.
Você pode me ouvir, pode ao menos sentir-me?..
Os minutos estão passando mostrando a hora exata a cada batida desse coração saudoso.
Ah!.. A saudade!..
Lembra quando sentávamos a beira da praia, das mensagens de amor riscadas na areia, das risadas quando as ondas não permitia finaliza-las e dizíamos:
- Nunca vai ter fim, assim a onda nos mostra...
Lembra do pôr do sol sobre os recifes, da sombra formada pela luz, um coração na flor d'água com uma tonalidade psicodélica.
Eu ainda lembro...
Que besteira essa minha.
Como você iria se lembrar!
Tudo o que resta é uma lápide de mármore, vazia, escura, sem pensamento algum, sem qualquer vestígios de vida, sem você.
Sabe querida!
Você faz falta, e, essa falta me mata, me joga na vala que se abriu no resto da minha vida, vida que, sem ti, enfeita minha própria cripta.
Adeus...
Texto: A Cripta.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 27/04/2024 às 12:23