O DESPERTAR DO CONHECIMENTO DA ALMA
Só estamos em melhores condições de conhecer o outro quando conhecemos a nós mesmos. Sabemos melhor a respeito de um ser quando aprendemos a conhecer o que de estranho e inusitado existe em nós mesmos. Para ser mais enfático, somos mais conscientes de nossos conteúdos anímicos (sentimentos, emoções, etc) quando aprendermos a enxergar a nossa própria sombra, conforme já nos ensinava Jung nos seus estudos de psicologia analítica. Certamente, o autoconhecimento requer aquela humildade para reconhecer até mesmo as dificuldades e mazelas, especialmente as que adormeceram no mais profundo de nossa alma. Através dessas experiências, se abre em nós a qualidade de se aproximar do diferente; e, portanto, de compreendê-lo com uma certa sabedoria que se conquista com os árduos processos e as vicissitudes da vida.Não somos psicólogos só pelo domínio técnico que adiquirimos ao longo de nossa vida, mas também por meio de embasamento ético, filosófico, científico, psicólogico e de outras ciências, como antropologia, sociologia e história. Acima de tudo, somos psicólogos quando desenvolvemos o manejo do cuidado e do trabalho clínico no sentido de nos inclinarmos para escutar e ajudar o outro ser humano em meio as suas crises existenciais,emocionais e psicológicas. A psicologia é ao mesmo tempo uma ciência e uma arte que não dispensa uma combinação de preparação técnico-científica e de formação ética-filosófica, a fim de aperfeiçoarmos a nossa própria prática de escuta-aconselhamento. Ser psicólogo é ter a missão de se aproximar de outrem com base nos aprendizados não só da própria ciência da alma, mas igualmente dos conteúdos provenientes de suas adjacências científicas ou de suas matrizes epistemológicas e filosóficas.