Quem enriquece, é quem labuta?

No toque suave da alvorada pensante,

Reflete-se o clamor do operário distante.

Trabalha sem fim, à esperança encostado,

Sua força vendida, o preço, um legado.

“É verdade que enriquece, quem tanto labuta?”

Pergunta o poeta, na rua tão bruta.

Ah, esse mito cuidadosamente tecido,

Onde o fruto do trabalho, é por poucos possuído.

Nas fábricas ecoa, o sussurro das máquinas,

Sobre ossos dos humildes, constrói-se a riqueza

Cada elo de ouro, resultado de lágrimas,

Na mais-valia, a evidente certeza.

Visualiza, Marx, o cenário perverso,

Onde o trabalhador, pelo capital submerso,

Gerando valor, sem ver a cor dele,

Riqueza a brotar no seu suor, imerso.

Não nas mãos calosas, que a fortuna repousa,

Mas nas contas robustas, da classe ociosa.

A verdadeira face do trabalho vil,

É que quem mais o faz, não usufrui, é servil.

E em cada canto ou frincha, desse vasto mundo,

Onde o proletariado ainda é tão fecundo,

Clama-se justiça, um desejo profundo,

De que riqueza seja de todos, não só de alguns imundos.

Portanto, questione, ó mente curiosa,

A verdade do trabalho, na história laboriosa.

Porque o brilho do ouro, um segredo descortina:

A verdadeira riqueza, é muitas vezes rapina.

Pelo espelho das massas,

Observa o capitalismo, por entre suas fumaças.

"Só enriquece quem trabalha?" Pergunta o verso,

A resposta, é a mais simples do universo.

Daniel Barthes.

BARTHES
Enviado por BARTHES em 22/04/2024
Código do texto: T8047276
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