Carta para você ou seria para tu?

Não é sobre mim. Isto é apenas um desvaneio de antigos amores que me veio à cabeça. Pois bem, me recordei destes ao me perder em meio as canções d'alta noite. Não se precipite pois, não há oque se lembrar, remoer, dramatizar, ponderar ou desejar. Já havia feito isto inúmeras vezes em minha mente, vivido inúmeras outras realidades neste confim, fora deste mundo material. De fato, tanto aquela que arrepia quanto a lâmina que alivia recordam destes sentimentos sofridos. Mas não falemos disso. O importante é: Vossos nomes me vieram à mente novamente. Contudo, mais que em outras ocasiões, teus contrastes em vossas saudades aqui deixadas se destacam. Por exemplo, estou, agora mesmo, rodeado por presentes deixados por você. Ai eles, tão diversos que envergonham. Desde de pequenos recortes de papéis e cartilhas até álbuns e pergaminhos métricos .Presentes estes recheados de um amor tão ardente. Ardente como minha ânsia pela combustão. Ah combustão, tão desejada por mim em imatura hora. A hora da morte que idealizava tanto. O amor que sentia por você representa perfeitamente a mentalidade desta criança. Mas não comentarei sobre mim. Isto é sobre seus presentes, os quais marcaram tanta saudade quanto a aliança. Perdi tal aliança por puro descaso. São todos muito lindos claro; mas são tão vazios. Bom, para mim pelo menos. Acredito que, somente nestas horas enquanto confeccionava-os, você teria me amado de verdade. Quando você estava longe, idealizando, desejando e remoendo tal sentimento em teu coração embriagado por saudades. Deus, como era emocionado. Por outro lado, diferentemente de você, tu não sai de minha mente. Não me presenteou com nada nesta vida. Dei-lhe uma aliança colorida, usou-a mas não retribuiu-me. Soa estranho certo? Engajados porém somente um está amarrado? Muito pelo contrário, ambos estávamos presos. Ambos por puro amor. Que irônico, não me deixaste nada além de malditas memórias (as suas não foram amnésia apenas não peguei as que você deixou) e ainda assim perdura em meus sonhos. São maldições que não param de me assombrar com teus sorrisos atenuantes. Que agonia estar entre mágoas ao lembrar de estar entre teus braços. Queria que tu fosse como você, esquecível. Agora, vivo com este eterno verão que deixaste em meu coração. Este amor que por ti sinto, assim como as folhas no eterno éden não caem, não morre. Ou seja, outro amor é incapaz de renascer. Meu peito dói, por favor, não comentamos sobre isso. Palavras em meu olhar já se embaçam a este ponto. Como nosso finado relacionamento tristemente acabou este texto acaba. Agora, oque faço com esta carta dedicada tanto a você quanto a tu? Quem estou enganando, a maioria de meus textos tiveram ambos destinatários.

Felipe Yamato
Enviado por Felipe Yamato em 19/04/2024
Reeditado em 19/04/2024
Código do texto: T8045518
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