A CONSCIÊNCIA DA FÉ NUM TEMPO DE CONTESTAÇÕES

Minha fé é voluntária já que minha natureza tende ao ateísmo consciente... Aquele que confunde o respeito com a entrega.

Por ser curioso, tenho a ciência como base de descobertas; consequentemente exijo esclarecimentos e formulo perguntas.

Tais explicações no que tange a fé, não são possíveis, por isso me desafio todos os dias mesmo quando me sinto confortável nos esclarecimentos ou no conformismo. Por vezes até tento agregar os quesitos da fé com argumentos que tentam explicar a vida, as circunstâncias e os efeitos do império do homem sobre o homem.

Porém, Deus é apaixonante. É desafiador. É um convite latente em meio aos hiatos da existência. Encontrar a luz do sol, o espetáculo das estrelas, o mistério da semente que brota, ou uma flor inusitada que embeleza a caminhada na melodia do vento que beija o rosto, seca a lágrima e sorri da realidade... Observar a simplicidade da criança ou o poder do perdão... Realmente me desafia ao sublime... E não há explicações, por mais que as religiões tentem, a filosofia arrisque ou a ciência explique...

E Jesus de Nazaré? Um operário simples de um tempo distante, com um discurso forte que abalou todas as estruturas do seu tempo, com reverberações que duram até hoje...?

Não me sinto confortável, mas desafiado a ir além da lógica... Por escolher a fé que se traduz como a possibilidade do impossível, do inimaginável, do inesperado...

Assim vou caminhando sem abrir mão da crítica que se rende a fé.