As polaridades

Ainda no caminho para a labuta (gosto de usar essa palavra pelo sentido dela e a má interpretação da palavra trabalho) continuo a escrever os meus textos e reflexões. Agora meu melhor amigo passou de Steven Pressfield para Joseph Campbell e uma série de novos interesses tem me despertado. Campbell cita que se você gosta de um autor leia todas as suas obras e depois leia as referências dele, mas não mude de autor para autor. Dito isto, mudei de Pressfield para Campbell, mas está introdução pouco tem a ver com o tema.

Em uma das entrevistas de Campbell ele compara a sociedade em que a cultura religiosa espiritual está centrada no homem e outro que está centrada na natureza. Há uma grande diferença entre elas em termos de polaridades. A primeira é uma religião social, a segunda natural. A primeira vem do patriarcado, a segunda do matriarcado. E porque cargas d'água isto é importante?

Se analisarmos as leis do Caibalion vamos ver, em palavras muito simplificadas, que o masculino é o ativo e o feminino é o passivo. Um provê o alimento e o outro provê a própria vida. E porque as sociedades matriarca tem a Deusa-mae como parte da natureza? Porque a natureza é tudo aquilo que dá a vida, a partir do momento em que se tem o homem como centro religioso natural, o poder de dar a vida, se torna prover a vida “este é o corpo de Cristo e será entregue a vós.”, logo o homem entender que a natureza o serve e não que ele serve a natureza.

E como isto impacta em qualquer sociedade? Com o advento da globalização isso se torna um ponto cada vez mais relevante, embora tenha-se diferentes culturas no mundo, é possível dizer que a grande maioria delas tem como base religiosa o patriarcado.

E por que isso? É necessário que se tenha um diz social para que se tenha algo em comum, o que é de fato característica da religião patriarca. Como os antigos povos saíram da caça para o plantio, os deuses que antes eram animais, com os poderes animais, agora se tornam deuses da terra e logo em sequência vem o arado com o homem arando a terra e a terra fertilizada. Tudo isto era o que acontecia antigamente de maneira prática, os antigos anciãos observavam este comportamento e criavam os seus símbolos. O homem e a caça, a mulher e o plantio, o plantio e o arado.

A partir do momento em que tudo tem que ser comum a todos, é necessário que algo domine, neste caso, o valor social financeiro, transformando a sociedade em patriarcado novamente. Contudo, perde-se muito das religiões naturais, pois há uma globalização e todas “seguem a mesma regra”. Não quer dizer que o patriarcado ou o matriarcado seja melhor, são polares e são cíclicas, porém a perda da granularidade de cultura torna o homem cada vez mais voltado para algo que ainda não sabe porque, mas apenas o segue.