QUAL O NOME DA SUA SAUDADE?
No escaninho de minha própria alma perdida,
Sinto a saudade de um tempo que já foi,
Onde eu era completo, sem preocupar com despedida,
Agora só restou um vazio e um breve oi
Entre o profano e o sagrado, vagueio,
Em busca da essência que um dia fui,
Mas na dor da mudança me incendeio,
E a solidão como companhia se flui
As raízes do materialismo arrancadas,
Deixam marcas na alma, cicatrizes,
E a felicidade, antes tão desejada,
Agora se esvai em sonhos e deslizes
Nesse imenso rio de prazeres e contentamento,
Encontro a nostalgia do que um dia fui,
Mas a realidade traz consigo o tormento,
Da compreensão em que tudo se dilui.
Assim, entre lembranças e desalinhos,
Sigo eu, um estranho em meu próprio ser,
Buscando na saudade um novo caminho,
Entre o eu profundo e o que o mundo tem a me oferecer.
Tião Neiva