A ETERNA REPRISE
Eclesiastes 1:4 a 8 – Geração vai, geração vem, e a terra permanece sempre a mesma. O sol se levanta, o sol se põe, voltando depressa para o lugar de onde novamente se levantará. O vento sopra para o sul, depois gira para o norte e, girando e girando, vai dando as suas voltas. Todos os rios correm para o mar, e o mar nunca transborda; embora cheguem ao fim do seu percurso, os rios sempre continuam a correr. Toda explicação fica pela metade, pois o homem não consegue terminá-la. O olho não se farta de ver, nem o ouvido se farta de ouvir.
Assim como a lagarta não sabe que será transformada em uma borboleta, esta, após a transformação, também não sabe que antes foi uma lagarta. Assim como o Anjo de Luz não sabe que será transformado em um ser humano, este, após a transformação, também não sabe que antes foi um Anjo de Luz.
Como uma perfeita adequação, também o Anjo de Luz contaminado, que não sabia que seria convertido em um ser humano, também não sabia que seria alojado no purgatório para ser regenerado, e não saberá que retornará à sua condição angelical anterior, onde também não saberá do seu estágio anterior na condição humana. Essas repetitivas, e também imutáveis transformações ocorrerão eternamente, com a precisão de um filme que se repete na longa extensão de cada Geração Cósmica do Terceiro Princípio, onde o que é já foi, e o que será, também já foi, sem que fique nenhuma lembrança do ocorrido, restando-nos apenas o privilégio da consciência dessa trajetória universal, cuja percepção foi obtida muito antes, pelo enunciado do texto bíblico.
Eclesiastes 1:9 a 11 e 3:15 - O que foi, isso é o que há de ser, e o que se fez, isso se tornará a fazer; de modo que nada há novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós. Já não há lembranças das coisas que precederam; e das coisas que hão de ser, também delas não haverá lembrança, nos que hão de vir depois. O que é já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou.
Lúcifer, o Príncipe Angélico insubordinado, antes que consumasse o seu propósito na rebelde e pretensa propagação, foi massacrado pelo Pai, as suas entranhas se derramaram, e foram confinadas no Terceiro Princípio, dando origem a todas as galáxias, submetidas então a um amplo processo de regeneração.
Na rebelião de Lúcifer, dois terços dos Anjos (666) a ele subordinados o apoiaram, e um terço (333) não se integrou à rebelião, razão pela qual, no processo da regeneração, apenas um terço será reintegrado na transformação em Anjos de Luz, e dois terços (666) (o próprio Lúcifer, como anjos rebeldes) (Apocalipse 13:18) serão dissolvidos na turbulência da Energia Centrípeta.
Ezequiel e Zacarias referem-se às terças partes (66,6 e 33,3) (ou 2 por 1):
Ezequiel 5;2,3 – Uma terça parte queimarás no fogo, no meio da cidade, quando se cumprirem os dias do cerco; tomarás outra terça parte, e a ferirás com uma espada ao redor da cidade; e a outra terça parte espalharás ao vento; desembainharei a espada atrás deles. Desta terça parte tomarás uns poucos e os atarás nas abas da tua veste.
Zacarias 13;8,9 – Em toda a terra, diz o Senhor, dois terços dela serão eliminados, e perecerão; mas a terceira parte restará nela. Farei passar a terceira parte pelo fogo e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo, e ela dirá: O Senhor é meu Deus.
Apocalipse 13:18 – Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta, porque é número de homens. Seu número é seiscentos e sessenta e seis.
O apogeu da evolução humana, quanto à percepção imaginária da sua repetitiva e permanente trajetória, encontra-se instalado no texto bíblico mencionado, (Eclesiastes) mas somente se revela na sua compreensão, pela associação involuntária, da intuição com a racionalidade, ou do espírito com a razão. Por outro ângulo, podemos deduzir que a imutabilidade de todas as circunstâncias, nos esclarece que também o joio e o trigo são eternamente imutáveis, como se observa na evolução da humanidade.
A percepção da amplitude e profundidade das circunstâncias, repousa na graduação da espiritualidade individual, determinando o grau da compreensão dos enunciados espirituais, conectado com o interesse no seu desenvolvimento. Nesse contexto, o êxtase do conhecimento, ou o absurdo da incompreensão, podem se estabelecer na individualidade, de acordo com a graduação espiritual.
Lendo e relendo para alcançar a compreensão, ou interrompendo a leitura logo no início do texto, indica a localização do espírito do viajante, na escala do interesse pelo desenvolvimento da espiritualidade. Diante da clareza dos textos bíblicos, talvez os fariseus consigam se libertar das fantasias da idolatria de imagens e estátuas; e os escribas, das parábolas elaboradas pelos Profetas para iludi-los. (Mateus 23:1 a 39)
Os textos bíblicos indicados facilitam a compreensão das transformações:
Os justos resplandecerão - Mateus 13:43 / Éreis Trevas, agora sois Luz - Efésios 5:8 / O visível e o invisível - Hebreus 11:3 / Das Trevas brilhará a Luz - II Coríntios 4:6 / Para ser semelhante ao corpo da sua glória – Filipenses 3:21 / O corpo de Luz - Sabedoria 3:7 / Trevas e Luz são a mesma coisa - Salmos 139:12 / A terra devolverá seus mortos à Luz - Isaías 26:19 / Os sábios brilharão como estrelas – Daniel 12:3.
Os Anjos de Luz são integrados ao Reino de Cristo, a Luz Principal do Universo:
Eu sou a Luz do mundo - João 8:12 / Eu vim como uma Luz para o mundo - João 12:46 /
Formo a Luz e Crio as Trevas - Isaías 45:7 / Eu sou o Alpha e o Ômega - Apocalipse 21:6 / A brilhante estrela da manhã - Apocalipse 22:16.
Estamos no apogeu da racionalidade humana, onde apenas o remanescente alcançará a percepção da realidade espiritual, (Romanos 9:27 e 11:5) antes que se fechem as cortinas, no encerramento da enésima edição do filme de longa metragem, Geração Cósmica do Terceiro Princípio.
Eclesiastes 1:1,2 – Palavras de Coélet, filho de Davi, rei de Jerusalém. Ó suprema fugacidade, diz Coélet, ó suprema fugacidade! Tudo é fugaz! Que proveito tira o homem de todo o trabalho com que se afadiga debaixo do sol?
Eclesiástico 50:22 a 24 – E agora, bendigam o Deus do Universo, que realiza por toda parte coisas grandiosas. Ele exaltou os nossos dias desde o seio materno e age conosco segundo a sua misericórdia. Que Ele nos dê um coração alegre e conceda a paz aos nossos dias em Israel, para todo o sempre. Que a sua misericórdia permaneça fielmente conosco, e nos resgate enquanto vivermos.
Eclesiástico 51:1 a 30 – Eu te agradeço, Senhor Rei, e te louvo, meu Deus Salvador, glorificando o teu Nome, porque foste para mim um protetor e socorro, e libertaste meu corpo da perdição, do laço da língua caluniadora e dos lábios que produzem a mentira. Na presença dos meus adversários, tu foste meu apoio e me libertaste, conforme a grandeza da tua misericórdia e do teu Nome, das mordidas daqueles que estavam prestes a me devorar. Tu me livraste das mãos dos que procuravam tirar-me a vida e das numerosas provas que sofri. Tu me livraste do fogo que me rodeava, de um fogo que não acendi, das profundas entranhas do mundo dos mortos, da língua impura, da palavra mentirosa. Uma calúnia de uma língua injusta tinha chegado junto ao rei. Minha alma esteve perto da morte e minha vida chegou junto à porta do mundo dos mortos. Por todos os lados me rodeavam, e não havia quem me ajudasse. Procurei pelo socorro dos homens, mas foi inútil. Então me lembrei da tua misericórdia, Senhor, e das tuas obras feitas desde a eternidade, porque tu libertas os que esperam em ti e os salvas da mão dos inimigos. Fiz subir da terra a minha oração, e pedi para ser libertado da morte. Invoquei o Senhor, Pai do meu Senhor: “Não me abandones no dia da provação, no tempo do abandono causado pelos orgulhosos. Mas eu vou louvar para sempre o teu Nome e cantar para ti hinos de agradecimento”. Minha súplica foi atendida, e tu me salvaste da ruína, livrando-me do tempo mau. Por isso, eu te agradeço e te louvo, bendizendo o nome do Senhor. Na minha juventude, antes de viajar, em minha oração procurei abertamente a sabedoria. Diante do santuário, eu a pedi, e até o fim vou procurá-la. Meu coração se alegrava em sua flor, como na uva que amadurece. Meu pé andou pelo caminho reto, e segui suas pegadas desde a juventude. Inclinei um pouco o ouvido para recebê-la, e acabei encontrando ensinamento abundante. Com ela, fiz progressos, e por isso vou agradecer a quem me concedeu a sabedoria. Sim, eu resolvi colocá-la em prática, e procurei ardentemente o bem, e não serei confundido. Minha alma lutou para possuir a sabedoria e observei atentamente a Lei. Estendi minhas mãos para o alto, deplorando a minha ignorância. Para ela dirigi o meu desejo, e a encontrei na pureza. Com ela, desde o princípio, adquiri inteligência, e por isso não serei abandonado. Minhas entranhas se comoveram quando eu a procurava, e por isso adquiri um bem precioso. Como recompensa, o Senhor me deu língua e, com ela, eu o louvarei. Aproximem-se de mim, vocês que não têm instrução, e entrem para a minha escola. Por que vocês pretendem privar-se dessas coisas, quando a alma de vocês tem sede delas? Abro a boca e proclamo: “Comprem a sabedoria sem dinheiro. Coloquem o pescoço debaixo do seu jugo e acolham a sua instrução. Ela está próxima, e pode ser encontrada. Vejam com seus próprios olhos como trabalhei pouco, e acabei encontrando profundo repouso. Comprem instrução, mesmo que seja com muito dinheiro, pois com ela vocês vão ganhar ouro em abundância. Que vocês se alegrem com a misericórdia do Senhor, e não se envergonhem de louvá-lo. Realizem o trabalho de vocês antes do tempo fixado, e Ele dará a vocês a recompensa na hora certa”.