Danação.

Danação.

De repente o acaso se tornou um caso que o próprio destino escolheu para inflar gestos e palavras com mentiras nas verdades ocultas, mas também, criou das verdades ocultas, as mentiras que diluiram palavras de gestos inflamados.

Foi assim que a conheci, por acaso numa mesa, num bar, frente a lareira talvez criando o milésimo de si. Havia um som embalando a atmosfera no ar, havia no ar, esse som a desencantar o que prometia ser no momento uma eterna amizade.

Sim! Há tempos que eu não vivia uma amizade ainda que esta fosse platônica, há tempos que eu não tomava uma pessoa como margens para as letras que em mim nascem.

Ela é assim, meio noite, meio dia, um crepúsculo intercalando uma meia vida a procura de uma outra vida para completar as 24 horas de momentos líricos.

Ela é assim, versos sem pausas em seu descrever, rimas descompassadas num ritmo próprio, e, um texto sem nenhum intuito de virar prosa, mas que, na poesia composta, entoa uma melodia.

Seu olhar castanho claro, e claro, fez-me viajar em seu mundo de letras a criar vida, dando-me o prazer de ouvi-la recitar inundando meu ambiente onde fico sentado por horas nas madrugadas a escrever em seu nome, eu desejo ouvi-la falar rente ao meu ouvido (Deus tenha misericórdia de mim por esse pensamento pecaminoso.) uma "Boa Noite" com o mesmo entoar com que a ouvi no áudio "Essas Coisas Que Só Quem Ama Sente", e, como não sentir a sua voz, como não viver a sua emoção, essa mulher faz qualquer cristão abandonar a santidade para mergulhar fundo no abismo dessa danação chamada amor.

Texto: Danação..

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 06/04/2024 às 06:10

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 07/04/2024
Código do texto: T8036676
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