Profissão de fé
Profissão de fé ou profissão de não fideísmo
Gostaria de esclarecer que não me tornei católico. Deixei de ser batista, protestante, havia até deixado de ser cristão. Não me situo mais em nenhuma classificação: ateu, agnóstico, deísta, teísta, monoteísta, cristão, católico ou protestante, batista. No entanto, nem me defino agora como não cristão mais, porém nem sei se sou cristão também. Sempre admirei, respeitei e talvez tenha sempre adorado Cristo. Ele para mim é o exemplo maior da divindade e da humanidade. Admiro os cultuadores sinceros da religião cristã, sejam católicos, ortodoxos, coptas, marranos, protestantes e tantos outros. Admiro quem busca o transcendental para se conectar com os abstratos benéficos, o bem, o amor, a vida, o universo, a beleza, o infinito e para, por meio disso, fazer o bem a todos os seres humanos, animais, plantas e à natureza. Respeito todas as religiões, por isso procuro analisar todas as belas manifestações religiosas em todas as religiões, inclusive nas religiões protestantes e na batista, que foi minha origem. Respeito e admiro as religiões não cristãs, as religiões das várias etnias indígenas, as religiões afro-brasileiras, as orientais, as místicas, as religiões dos antigos povos europeus antes do advento do cristianismo, as religiões xamânicas e as islâmicas, as religiões ligadas à grande península indiana, as ligadas aos antigos chineses e japoneses, as do Pacífico e Oceania, as religiões antigas africanas e asiáticas e enfim, esse imenso caldeirão de cultura e vivência que é a manifestação religiosa humana. Procuro estudar todas elas e captar seu sentido de conexão com todas as outras e as mais profundas razões. Sou um teólogo, um filósofo, um poeta e um escrevinhador e meu ofício é essa captura de sentidos. Só deploro os malfeitores em nome de qualquer religião e os falsos profetas que inclusive, infelizmente, chegam ao poder do país com o apoio de sacerdotes maliciosos e para fazerem o mal. Essa é a minha profissão de fé atualmente, um pouco heterodoxa, mas é o que eu creio.
Rodison Roberto Santos
São Paulo, 27 de julho de 2022