Momentos

Pra mim, tudo começa com um momento: Um sorriso, um olhar ou um toque… Talvez seja com um arrepio, uma palavra, até mesmo com uma mera expressão… Mas, de fato, sempre é algo tão leve, tão livre, tão espontâneo que simplesmente passa pelas minhas barreiras. Quando eu percebo, a chance de estragar tudo já é tão sólida que pesa sobre o peito.

Eu realmente cansei de tentar entender; essa minha mania de intensidade transforma cada mísero momento num ato teatral grandioso, cada brisa fresca num furacão congelante e cada beijo quente num inferno escaldante e cansativo no qual eu sou forçado a fazer morada.

Acontece que, dessa vez, em algum momento e por algum motivo, eu acreditei que seria diferente. Eu sempre tive medo de estragar tudo, mas, dessa vez, em algum momento e por algum motivo, eu acreditei que não precisaria ter medo. Eu não acho que errei, no entanto, tenho certeza que me expus… Cada parte sombria do meu ser apareceu em algum momento, mas, pela primeira vez eu senti que seria cuidado com o mesmo esmero com o qual eu cuido e, talvez, poderia finalmente ser contrariado a sólida certeza de que “ser eu” é sinônimo de “ser só”.

Diante de tudo, posso afirmar que aprendi muito com cada momento, entretanto, aparentemente, “ser eu” sempre será “ser só”... Cada sorriso, cada olhar, cada toque… cada arrepio e cada palavra, até mesmo cada mera expressão me provou algo irrefutável sobre os momentos: Independente da existência sublime de cada um, se não existe uma vontade mútua de cultivá-los e fazê-los germinar, eles morrem! E assim foi.

Hoje, somos algo que não é; e fomos algo que não será. Apenas memórias de momentos defuntos.

~ Xaoc.