A necessidade de consciência da complexidade da vida.

Nos moldamos ao vazio, nos acostumamos com a imensidão do pouco.

De um tempo para cá (me refiro, ironicamente, a existência do homem) começamos a simplificar as coisas, desde a nossa maneira de pensar até a construção de uma casa. Demos palavras indignas do peso que carregam, palavras pequenas de mais receberam significados mesmo não merecendo eles.

O amor, que é algo que conecta pessoas de tal modo que seu batimento cardíaco bate na mesma frequência só por conta de um olhar, foi reduzido para uma palavra com quatro letras, que são apenas símbolos. Um átomo, por exemplo, que demorou anos e anos para ser descoberto, depois anos para ser observado, ele é constituído por uma eletrosfera, um núcleo, elétrons, nêutros e tudo mais, e tudo isso, que citei em poucas palavras mas é de extensa definição, resumimos em uma palavra somente: átomo.

Tendo isso como base, posso afirmar que o ser humano, observando toda complexidade que é uma vida, tende a simplifica-la de alguma maneira. Isso se concretizou de maneira tão intrínseca que foi manifestada até pela arquitetura, basta comparar uma catedral de uma cidade antiga e outra igreja moderna, a diferença é gritante. Basta também comparar a casa de alguma pessoa viva a 100 anos atrás a uma casa de alguém da época contemporânea, novamente, a diferença é absurda. Por quais motivos reduzimos a beleza da vida?

Ignorando tudo isso, racionalizando um pouco, posso chegar a conclusão que isso se trata de vaidade, materialismo e até futilidade se importar com tal coisa, mas não ligo. Defendo a complexidade do viver mesmo nas coisas simples. Creio que a consequência de vivermos com consciência que tudo é complexo é justo a simplicidade, por exemplo, não enfeitaríamos o amor com coisas difíceis pois se entendemos a grandiosidade disso nunca vamos desvalorizar ele por dúvidas insignificantes nossas, só amariámos sem se importar com o amanhã.