MARÇO PASSADO

Trezentos e tantos dias desde o dia em que cogitei sermos nós. O que será que te passou naquele momento de tão grande fascínio?

Tão certo como os raios da aurora, são os dias que se passaram a espera de uma resposta... pôr do sol após pôr do sol.

Aquela resposta que não veio; aquela, que tanto rememorei mesmo sem a ter recebido; aquela que busquei por noites a fio...

Muito se fala das dores de quem não é correspondido mas, e quem não corresponde?

Que tipo de dor pesa no teu coração?

Era apenas um genuíno contentamento, reconhecimento, talvez um olhar ou minimamente um resquício de tua atenção, daquela doce tarde de um março passado, que mesmo sem saber, ver ou crer, pôde entender que em algum lugar um mero coração batia por você.

Tudo o que foi, não foi; o que era, jamais chegou a ser; o que há, sequer chegou a existir. Nada há de nós, exceto a possibilidade.

Quanto tempo já faz agora?

Tanta coisa mudou, menos o que vive dentro aqui.

Ainda recordo-me do teu espanto; da presença despercebida que cruzou meus caminhos e fez morada no meu lar.

Aquela recordação de profunda comunhão que onde quer que eu vá, mesmo a contragosto... eu levarei.

30/03/2024 - 08h28

Danielle Santos
Enviado por Danielle Santos em 31/03/2024
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