Toda a vida

Como sempre, exagerado toda a vida. Eu, exagerei. Na dose da bebida, na dose de amor. A ressaca está brava. Os excessos se acumulam, formando um turbilhão de arrependimentos. Cada gole, cada gesto impulsivo, cada palavra dita além da conta. Agora, aqui estou eu, enfrentando as consequências de minha própria extravagância. O vazio no peito, a cabeça latejante, as lembranças embaçadas de uma noite que prometia ser inesquecível. Mas a realidade é dura, crua, como o sabor amargo que permanece na boca. A reflexão chega tarde demais, acompanhada pelo eco das minhas próprias desculpas vazias. Afinal, como sempre, exagerado toda a vida. E agora, só me resta encarar o amanhecer com a certeza de que, na próxima vez, talvez, só talvez, eu aprenda a dosar melhor meus excessos.

Mas eu só queria te tirar pra dançar.