EU INVENTADO
Não sou eu que invento as histórias, elas é que me inventam. Cada história, poema ou crônica que escrevo, encontra um pedacinho meu desconhecido ou acrescenta um pedaço que eu não sabia que me faltava. Dessa forma vou sendo inventado e "desinventado" o tempo todo, sou e não sou, conforme o seu desejo.
Eu, enquanto escritor, sou o que as palavras me tornam, elas estão aí dispersas em letras, que, gentilmente, se apresentam já juntinhas a mim enquanto escrevo, escolhem onde querem ficar no texto e o seu significado, eu acato suas vontades, afinal, antes de se tornarem textos, elas, fielmente, me escolheram e foram acolhidas.
Sou apenas a ponte entre o mundo imaginário onde elas vivem e o mundo chamado real e, sabedor dessa minha condição, me coloco à disposição para que digam o que quiserem através de mim. E elas são carinhosas no seu querer, querem o bem, desde que as queiram bem também.