Nossa vida é como a pauta musical: há linhas e espaços. Há dias em que permanecemos firmes sobre as linhas; em outros parece que ficamos pairando num dos espaços, nas entrelinhas, hesitando entre subir e descer. Nesses dias, Mínima é a vontade de fazer qualquer coisa.
Quando sentimos uma tristeza aguda na alma é preciso dar uma pausa e em breve já entramos em outro compasso, talvez um alegro, num ritmo bem moderato, pois não podemos deixar a batuta cair, o que seria muito grave.
Às vezes não queremos ouvir nenhum som, nem forte nem pianíssimo; nenhum tom, nem semitom, queremos apenas o silêncio das pausas das semibreves. Quem sabe uma fermata de pausas .
Na orquestra da vida, somos vozes de timbres variados, ora cantamos em uníssono, ora executamos uma polifonia, por vezes fazemos um solo. Mas o importante é não perder o ritmo e executar a melodia com a intensidade e afinação necessárias a cada trecho.
Quando aparece um problema muito grave, nos sentimos deprimidos e precisamos de linhas suplementares para grafar as notas de tristeza que existem na partitura de nossa existência. Dá vontade de fazer um ritornello na vida: um da capo à juventude, ao tempo da inocência, do descompromisso.
Mas, ao contrário, a execução da sinfonia de nossa vida não admite da capos ou ritornellos: temos que tocá-la direta e inevitavelmente dos primeiros acordes da abertura ao grand finale, a apoteose que trará as últimas notas antes da pausa finale!
Caros Recantistas, recebi um comentário do Alexandre Costa neste texto, que vou deixar aqui, poiss acho que conversa com o meu , valorizando- o.
"E a clave de SOL que dá tom à vida, junto com um metrónomo, para quando sairmos do tempo e um afinador, caso nos desviemos um pouco do tom :)"