Amor: Crise existencial
Se amor é o que nos define, o que sacramenta nossa existência como humanos, sempre que sofremos por amor, temos uma crise existencial.
Todos precisamos de um propósito na vida. É uma questão de sanidade mental.
Precisar de um rumo é algo inerente ao ser humano. E este propósito está intimamente ligado com o que amamos. Não fazemos força suficiente para ter o que não nos importa. Mas o que seria exatamente este "importar"? Só buscamos e tentamos alcançar algo que amamos. Irônico constatar que a nossa razão é profundamente dependente do amor, algo que freqüentemente relacionamos com a perda dela.
É claro que as demonstrações do amor estão diretamente relacionadas com o objeto deste amor. São as expressões que encontramos para interagir da forma que consideramos correta. É por isso que quando amamos outra pessoa, o amor ganha o status de fundamento de nossa alma. Matéria-prima dos sonhos. Alimento suficiente para o dia. Cura e "causa mortis" do coração. Por outro lado, parte de nós se desintegra, retorce e se desfaz, quando nossa existência, nesta área, entre em crise.
A indecisão sobre o que prestar no vestibular, o que fazer da vida depois da faculdade, crise de meia-idade, todas estão relacionadas a falta do amor. Amor pelo que se faz. Pelo que se é. Aderência entre o seu eu atual e a trilha que o levará pra o que quer ser. Nunca ninguém disse que seria fácil, ou algo simples. Muitas vezes levamos a vida inteira para descobrir o que realmente amamos. Ou quem.
Entretanto, é fato, de todas as nossas crises existenciais, as que mais doem são as que alguém como eu sente quando perde alguém como você.