Despersonalização de amor e não de submissão

"Dá o gosto para cada um de dizer coisas simples em nome próprio, de falar por afectos, intensidades, experiências, experimentações. Dizer algo em nome próprio é muito curioso, pois não em absoluto quando nos tomamos por um eu, por uma pessoa ou um sujeito que falamos em nosso nome. Ao contrário, um indivíduo adquire um verdadeiro nome próprio ao cabo do mais severo exercício de despersonalização, quando se abre as multiplicidades que o atravessam de ponta a ponta, as intensidades que o percorrem. O nome como apreensão instantânea de uma tal multiplicidade intensiva o oposto da despersonalização operada pela história da filosofia, uma despersonalização de amor e não de submissão. Falamos do fundo daquilo que não sabemos, do fundo do nosso próprio subdesenvolvimento. Tornamo-nos um conjunto de singularidades soltas; de nomes, sobrenomes, unhas, animais, pequenos acontecimentos: o contrário de uma vedete". Gilles Deleuze

 

DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992.

LucianaFranKlin
Enviado por LucianaFranKlin em 14/03/2024
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